Perestroyka,
vodka, Tolstoi, Romanov, nasdrovia, Putin, vodka, Bolcheviques, Puchkin, Kremlin,
Trotsky, vodka, Gorbatchov, Lada, Lenin e vodka. Além do óbvio, a Rússia é
muito mais interessante do que se imagina e estar em Moscou, palco de inúmeros
eventos que poderiam ter mudado o curso da história, é uma sensação fenomenal.
Moscou é
linda! Cheguei no fim da tarde, mas como estamos no outono, anoitece lá pelas
20:00, então dá para aproveitar bem o dia. Em uma volta pelas imediações do meu
hostel, dei de cara com a Praça Vermelha e pude acompanhar o anoitecer naquela
paisagem espetacular, com a famosa St. Basil's Cathedral e suas nove torres que
parecem terem saído de um conto de fadas. Caminhei mais um pouco e em uma ponte
sobre o rio Moskva, vi a lua cheia, levemente escondida por nuvens, completando
o clima.
Nessa mesma
noite tive a sorte de conhecer Shuai, um chinês, que está há mais de dois anos
em Moscou, e que se prontificou a ser meu guia, inclusive, em São Petersburgo.
Como sempre, encontro pessoas pelo meu caminho que fazem, e muito, a diferença.
Moscou - Ponte sobre o rio Moskva |
No dia
seguinte, começou a maratona de turismo, que durou por cinco dias consecutivos.
Shuai, meu guia oficial, me levou para cada parte interessante de Moscou
contando, inclusive, a história dos lugares. Um dos lugares que mais gostei foi
a Tretyakov Gallery, um museu com milhares de obras russas e alguns quadros fascinantes.
Moscou - Tretyakov Gallery |
As pessoas
não são muito sorridentes por lá. Conversando com um russo que conheci em
Beijing, ele me explicou que sorrir é considerado fraqueza e tolice pela conservadora
sociedade russa; para sorrir, só com algum real motivo (piada do Ary Toledo),
senão, jamais. Um horror! Todo mundo é muito sério, os atendentes são bem mal
educados e a gente até se sente mal. Estávamos em uma loja de souvenires quando
perguntei para a atendente se uma determinada peça era feita à mão e recebi a
resposta “é sim, não é daquelas porcarias made in China não”. Shuai ficou puto
com a falta de noção da vendedora e saiu da loja... aiai, a Rússia...
Petersburgo - Winter Palace |
Os moscovensens
(não tenho ideia do nome de quem nasce em Moscou) dirigem em uma velocidade
absurda dentro da cidade. Sendo a cidade com o maior número de bilionários do
mundo, a quantidade de carros super caros é grande, então os motoristas devem
sentir necessidade de acelerar ao máximo, quando o trânsito permite. Tentar atravessar
fora da faixa de pedestre, é suicídio.
Uma questão
curiosa é o metrô, pois além de ser muito profundo, nunca vi escadas rolantes tão
compridas. Deve ser medo de bomba, ainda mais na época da guerra fria. Outro
problema é o alfabeto cirílico. Mesmo tendo a mesma raiz que o nosso, grego
antigo, é muito diferente. O “P” tem som de “R”, o “C” som de “S”, fora outras
letras doidas.
Petersburgo - Winter Palace |
Fomos para São
Petersburgo de trem bala, que demora 4:30h para percorrer os mais de 800Km;
rápido, mas fica no chinelo em relação ao Shinkansen, o trem bala japonês, que
faz até 320Km/h.
São
Petersburgo é bem menor que Moscou, quase que a metade, então é muito mais
fácil de andar. Ficamos hospedados em Nevsky Prospect, principal avenida do
centro da cidade, nos possibilitando andar pelas principais atrações, sem precisar
utilizar metrô e ônibus.
O clima
estava bem mais frio que Moscou, entre 6 e 15°C, agradável para caminhar de
dia, mas bem frio para a noite. Minha única blusa de frio, se mostrou bem
ineficiente, mas de qualquer maneira, minha mãe traria roupas que tenho no
Brasil.
Petersburgo - Church of the Resurrection of Jesus Christ |
São Petersburgo é uma cidade tão aconchegante,
que penso em voltar nos próximos meses, apesar do frio.
De todas
essas atrações, a mais impressionante é o Winter Palace, onde atualmente
funciona um museu. Com mais de 400 cômodos, o palácio é imenso, com salas e
corredores absolutamente suntuosos.
A curta
viagem entre Moscou e Petersburgo foi sensacional e quero sim voltar, mas com
mais dinheiro, pois o custo é bem alto, tanto de alimentação, quanto hospedagem.
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