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domingo, 9 de novembro de 2014

Dia 232 - Lichtgrenze: uma releitura do Muro

Lichtgrenze: East Side Gallery
O termo “queda do muro” é um nome mais simbólico do que real. Após diversos protestos, o maior deles no dia 04/11/1989, na Alexander Platz, os líderes do Partido Socialista Único anunciaram que “todos os cidadãos da República Democrática Alemã teriam direito a ter um passaporte e permissão para viajar para a Alemanha Ocidental”. Esse anúncio foi feito no dia 09/11/1989 às 19h. Minutos depois, milhares de pessoas se reuniram nos pontos de passagem entre as duas Alemanhas que, por pressão popular, foram abertos, permitindo a saída dos cidadãos pertencentes ao lado oriental. Começava então o processo de redemocratização e reunificação das duas contrastantes Alemanhas. Além do mais, esse evento marcou o fim da Guerra Fria e total falência do socialismo – quase total.

Onde o muro separou o oriente do ocidente por 28 anos, 8000 balões, com gás hélio, foram colocados entre os dias 7 e 9 de Novembro de 2014, para que as pessoas tivessem a noção das dimensões do muro. Dos 160Km originais, 15km foram cobertos pelos balões que foram soltos às 19h do dia 09/11, precisamente 25 anos após o anúncio, um a um, como uma onda (na verdade ocorreu um atraso de uns 20 minutos). Cada balão continha uma mensagem, sendo várias delas de pessoas que foram afetadas, de alguma forma, pelo cinzento muro de concreto.

Os pontos por onde o novo muro passou, não foram escolhidos de maneira aleatória. Cada um dos 9 tem importância histórica, seja por fugas cinematográficas ou por brutalidade e truculência de como a construção aconteceu (até uma igreja foi derrubada).

Bornholmer Straβe – primeira fronteira a cair, devido à milhares de pessoa que, após ouvirem o anúncio, se reuniram e pressionaram os guardas que acabaram cedendo. A partir dessa abertura, todas as outras fronteiras se abriram.

Lichtgrenze: Mauerpark
Mauerpark – esse pequeno parque foi divido ao meio pelo muro e atualmente funciona um brechó aos domingos. Pessoas do mundo inteiro se reúnem por lá, para tomar sol (no verão), comer comidas de tudo que é canto do mundo, procurar quinquilharias sejam modernas, ou do tempo da Alemanha Oriental, além de assistir artistas de rua que se apresentam no anfiteatro.

Bernauer Straβe – ao longo dessa rua ocorreram várias mortes de pessoas que tentaram cruzar a fronteira, inclusive de uma senhora que teve problemas no coração advindos da emoção durante a fuga. O fato mais marcante foi a derrubada de uma igreja em 1985. No domingo, 09/11/2014, foi celebrada uma missa em uma pequena capela que foi construída no local dessa igreja. A missa contou inclusive com a presença da Angela Merkel.

Homboldthafen – nesse local, ocorreu o primeiro assassinato de um jovem que tentava fugir para o oeste. Durante a construção do muro várias pessoas conseguiram fugir para o lado ocidental, já que a fronteira não estava totalmente fechada. Poucos acreditavam na possibilidade dos guardas atirarem nos desertores. Em 22/08/1961, foi anunciado que, caso necessário julgassem necessário, seria feito o uso da força, para manter a ordem nas fronteiras. Dois dias após o anúncio, um jovem de 24 anos, Günter Litfin, foi morto a tiros enquanto tentava cruzar, a nado, para o lado ocidental.

Portão de Brandenburgo – principal símbolo alemão, ficou do lado ocidental durante a divisão. Todos os eventos importantes são comemorados nas suas imediações, incluindo Copa do Mundo. Em comemoração ao jubileu da queda do muro, foi montado um palco enorme ao seu redor, onde Angela Merkel discursou e diversos artistas se apresentaram.

Lichtgrenze: Potsdamer Platz
Potsdamer Platz – durante a segunda guerra mundial, Berlim sofreu cerca de 363 bombardeios, a grande maioria em instalações nazistas, localizadas a poucos quarteirões da praça, que ficou totalmente destruída. Com a divisão de Berlim entre os aliados, essa região ficou conhecida como no man’s land (terra de ninguém), por conta de se localizar exatamente entre o eixo capitalista e socialista. Cerca de 8 meses após a queda do muro, foi realizado o show The Wall, organizado por Roger Waters e outra dezena de artistas convidados. Cerca de 500.000 pessoas assistiram ao show que não deixou de ser uma celebração quanto a reunificação da cidade e do país.

Checkpoint Charlie – considerado os “olhos do mundo”, foi comumente utilizado como ponto de protesto contra o regime comunista. Em 1986 um jovem casal preencheu a cabine de um caminhão com cerca de 5 toneladas de brita e dirigiram em direção à fronteira, em busca de um futuro melhor para seu bebê de 8 meses. O caminhão passou derrubou a primeira barreira e passou pela segunda. A família conseguiu alcançar o oeste ilesa.

Engelbecken – localizada em Kreuzberg, essa região foi palco de protestos artísticos na Berlin oriental. Qualquer manifestação de arte nas cinzas paredes do muro de concreto era proibida pelo Partido Socialista. A manifestação mais famosa, foi executada por dois artistas franceses que pintaram vários murais coloridos e chegaram até a pendurar um mictório no lado oriental do muro.

East Side Gallery – o maior e mais bem conservado pedaço do muro ainda está lá, onde vários artistas pintam incríveis telas ao ar livre. Além disso, essa parte do muro fica exatamente em frente ao rio que corta Berlim, o Spree. Vária tentativas de fuga ocorreram nessa região, além de uma trágica história. Em 11/05/1975, uma criança de 5 anos de idade, caiu no rio enquanto brincava na margem. O Corpo de Bombeiros de Berlim Ocidental chegou rapidamente ao local, mas nada podia fazer para salvar o menino, pois aquele território era da Alemanha oriental. Ele foi uma das 5 crianças que se afogaram na região.
Lichtgrenze: Caos

Enquanto os balões foram sendo soltos, as pessoas aplaudiam e um clima de euforia tomou conta de toda Berlim. Cerca de 2 milhões de pessoas estiveram presentes em diversos pontos. Ao final, era possível ver pessoas levando a haste que sustentava os balões, para casa, como uma espécie de souvenir.

Além disso tudo, o final de semana foi marcado pela minha foto de número 5.000, um número que impressiona, pois reflete a quantidade de experiências que vivi nos últimos meses.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Dia 230 - Hertha Berlin x Hannover 96

Kristina e Amanda, da esquerda para a direita
Inúmeras vezes comentei o tamanho da minha sorte. Nesses 230 dias de estrada, a todo tempo encontro com pessoas sensacionais, que se tornam marcos importantes da minha viagem. Foi assim na Nova Zelândia, Japão, China, Vietnam, Rússia e na Alemanha, não poderia ser diferente.

Uma das minhas colegas de classe, Kristina, é casada com um jogador de futebol do Hertha Berlin e levou a mim e uma outra colega nossa, Amanda, para assistir ao jogo em um camarote chamado Player’s Lounge.

Eu já tinha ouvido falar nesses camarotes, mas nunca tinha entrado em um. Comida, bebida, garçons, televisões espalhadas – até mantinha para assistir ao jogo você tem, já que o frio já está chegando... Adiantou nada, porque “perdemos” por 2x0, mas nem nos chamaram de pé frio (imagina isso em alemão...).  Ao final do jogo, os jogadores se juntaram a nós para o jantar.

A experiência foi incrível em todos os aspectos. O metrô que leva ao Olympiastadion estava absurdamente lotado, já que os outros meios de transporte estavam em greve – sim, aqui tem isso e, em 1 mês, já peguei 3 greves dos maquinistas (morro de saudade do metrô de BH). Mesmo com o trem lotado os torcedores adversários se respeitavam e mais do que isso, riam e batiam papo, como pessoas normais fazem. No Brasil futebol torcedores se veem como inimigos, não adversários, e desde a recente eleição, até para opinião política isso tá valendo né?



Fica meu MUITO obrigado para a Kristina, que vai tentar ler o blog, mas não vai entender nada. :P

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Dia 219 - Um pulinho no Brasil

Vovó enxuta e eu
Quando tomei a decisão de viajar, descobri que perderia 2 eventos que considerava importantes; Copa do Mundo e o aniversário de 90 anos da minha avó.

A Copa do Mundo, depois do 7x1, dei graças a Deus por sequer, ter assistido ao último jogo (estava no Nepal e não tinha televisão, nem energia elétrica). Mas quanto ao aniversário da vovó, eu ainda não tinha aceitado totalmente a ideia de perdê-lo. Fiquei pensando na remota possibilidade de ir ao Brasil para a comemoração, pois seria uma festa especialíssima e todos estariam presentes, exceto eu. Não cheguei a comentar com ninguém essa minha vontade, mas, como sempre, o universo conspira a favor.

Resumindo, precisava apenas de um empurrãozinho para comprar a passagem e ir, o que aconteceu 5 dias antes da festa. Minha mãe perguntou o que eu acharia de sair de Berlim, ir ao aniversário em Curvelo e depois voltar. Isso mostra nosso nível de sintonia, então com esse apoio moral, fui.

Temos mania de nos unirmos como família, apenas quando algo de ruim acontece. A consciência pesa e queremos prestar aquela última homenagem à pessoa, já que me vida, fomos relapsos, ou negligentes. Quero homenagear as pessoas que amo agora, que estão todas por aqui, saudáveis e lúcidas, porque, deixar para depois, e mandar coroa de flores, não adianta mais nada.


A festa foi excelente, não só a minha avó, quanto todos os parentes ficaram super satisfeitos com a surpresa e eu ganhei mais uma história maluca para contar. Ainda bem que salvo tudo no blog, pra não esquecer.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Dia 216 - We Love Berlin

Berlin Lights - Portão de Brandenburgo
Depois de umas boas semanas sem atualizar meu querido blog, fiel companheiro de viagem(s), arrumei um tempinho.

25 dias foram suficientes para a matar as saudades da minha mãe e o passeio foi ótimo. Nos divertimos muito e fiquei satisfeitíssimo com a decisão de compartilhar o “Pedro pelo Mundo” com ela. Já estamos pensando em qual será o nosso próximo destino.

Finalmente, depois de 191 dias perambulando por aí, tenho um lar! O apartamento em Berlim é ótimo, relativamente bem equipado, e próximo a uma estação de metrô. Em 15 minutos estou no centrão de Berlim, tipo Rua dos Goitacazes, Carijós e outros indígenas. A melhor sensação foi guardar meu mochilão no fundo do armário e dizer assim “companheiro (olha o Lulismo), até breve”.

Voltando ao mundo comum, onde as pessoas tem responsabilidades e horários, me senti um pouco perdido. Eu lembro que eu era a eficiência em pessoa; acordava 5:20 e em 20 minutos já estava indo para o trabalho, depois de lanchar e tudo mais. Agora, com os mesmíssimos 20 minutos, eu ainda estou lavando o rosto e andando de um lado para o outro, sem saber o que fazer – acordo 07:20, duas horas depois do meu antigo horário.

Berlin Lights - Potsdamer Platz
Poder morar em Berlim, mesmo que por um período curtíssimo, 3 meses e meio, é um privilégio. A cidade transpira história e tem sempre eventos bacanas para ir. O últim  foi Berlin Lights, onde iluminaram os principais pontos turísticos da cidade com projetores que reproduziam curtos filmes, imagens, textos, desenhos. Em Novembro já vem outro evento que comemora 25 anos da queda do muro – já tem 25 anos! Lembro como se fosse outro dia (mentira, nem era nascido)... Nos dias com pouca névoa, enquanto entro na estação do metrô, posso dar um “tchauzinho” para a Fernseherturm (Torre de televisão), um dos cartões postais mais famosos de Berlim.

Nada é tão bom que não possa melhorar. As aulas estão sendo muito boas e minha professora é daquelas bem “rúim”, alemânica ao extremo, que de tão direta, quase é mal educada; curto muito. Se tirarem uma foto da turma, vai parecer foto da Onu. Chile, Dinamarca, Noruega, Albânia, Ucrânia, Taiwan, Hong Kong e eu. Tô apanhando bastante, pois preferi entrar em um nível mais difícil, então depois das aulas tenho que me empenhar e estudar em casa, coisa que nunca fiz na vida, mal mal na época de faculdade.

Estou escrevendo do aeroporto Charles de Gaule, colocando em prática a maior loucura que eu já fiz (me supero a cada dia). Assim que concretizada, divulgá-la-ei no blog – nada como uma mesóclise para finalizar o post. Adieu!


terça-feira, 16 de setembro de 2014

Dia 179 - Uma palhinha de Berlim

Fernseherturm - Torre de televisão
Conforme minha programação, I saved the best for last (deixei o melhor pro fim)! Finalmente, depois de tantos perrengues, cheguei à Alemanha, meu destino final, ou não, dessa longa empreitada. Chegar aqui foi uma sensação indescritível e, ao sentar em um bar, pedir uma cerveja e um Kassler (corte de porco defumado), valeu todo o sacrifício e me fez lembrar o tanto que gosto de Berlim. Como me sinto à vontade por essas bandas...

No dia seguinte, minha mãe chegou e não pude esconder minha empolgação. Subi no terraço do aeroporto (por EUR2, um absurdo cobrar) e fiquei acenando pro avião da TAP, até os passageiros saírem, mas ela não me viu... Fomos dar um passeio pela Alexanderplatz, principal ponto turístico de Berlim, antes de partirmos para Londres e Paris – fomos brindados com um dia lindo.

Estávamos prontos para começarmos nossa primeira viagem, juntos, pela Europa. Por 25 dias, Dona Olga e eu estaremos passeando, de “férias”. Uso “férias”, porque só ela que está de férias. Eu continuo trabalhando agendando hotéis, passeios, voos, ônibus, trens, tobogãs... 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Dia 178 - Uma vodka por favor

Moscou - St Basil's Church
Perestroyka, vodka, Tolstoi, Romanov, nasdrovia, Putin, vodka, Bolcheviques, Puchkin, Kremlin, Trotsky, vodka, Gorbatchov, Lada, Lenin e vodka. Além do óbvio, a Rússia é muito mais interessante do que se imagina e estar em Moscou, palco de inúmeros eventos que poderiam ter mudado o curso da história, é uma sensação fenomenal.


Moscou é linda! Cheguei no fim da tarde, mas como estamos no outono, anoitece lá pelas 20:00, então dá para aproveitar bem o dia. Em uma volta pelas imediações do meu hostel, dei de cara com a Praça Vermelha e pude acompanhar o anoitecer naquela paisagem espetacular, com a famosa St. Basil's Cathedral e suas nove torres que parecem terem saído de um conto de fadas. Caminhei mais um pouco e em uma ponte sobre o rio Moskva, vi a lua cheia, levemente escondida por nuvens, completando o clima.

Nessa mesma noite tive a sorte de conhecer Shuai, um chinês, que está há mais de dois anos em Moscou, e que se prontificou a ser meu guia, inclusive, em São Petersburgo. Como sempre, encontro pessoas pelo meu caminho que fazem, e muito, a diferença.

Moscou - Ponte sobre o rio Moskva
No dia seguinte, começou a maratona de turismo, que durou por cinco dias consecutivos. Shuai, meu guia oficial, me levou para cada parte interessante de Moscou contando, inclusive, a história dos lugares. Um dos lugares que mais gostei foi a Tretyakov Gallery, um museu com milhares de obras russas e alguns quadros fascinantes.

Moscou - Tretyakov Gallery
As pessoas não são muito sorridentes por lá. Conversando com um russo que conheci em Beijing, ele me explicou que sorrir é considerado fraqueza e tolice pela conservadora sociedade russa; para sorrir, só com algum real motivo (piada do Ary Toledo), senão, jamais. Um horror! Todo mundo é muito sério, os atendentes são bem mal educados e a gente até se sente mal. Estávamos em uma loja de souvenires quando perguntei para a atendente se uma determinada peça era feita à mão e recebi a resposta “é sim, não é daquelas porcarias made in China não”. Shuai ficou puto com a falta de noção da vendedora e saiu da loja... aiai, a Rússia...

Petersburgo - Winter Palace
Os moscovensens (não tenho ideia do nome de quem nasce em Moscou) dirigem em uma velocidade absurda dentro da cidade. Sendo a cidade com o maior número de bilionários do mundo, a quantidade de carros super caros é grande, então os motoristas devem sentir necessidade de acelerar ao máximo, quando o trânsito permite. Tentar atravessar fora da faixa de pedestre, é suicídio.
Uma questão curiosa é o metrô, pois além de ser muito profundo, nunca vi escadas rolantes tão compridas. Deve ser medo de bomba, ainda mais na época da guerra fria. Outro problema é o alfabeto cirílico. Mesmo tendo a mesma raiz que o nosso, grego antigo, é muito diferente. O “P” tem som de “R”, o “C” som de “S”, fora outras letras doidas.

Petersburgo - Winter Palace
Fomos para São Petersburgo de trem bala, que demora 4:30h para percorrer os mais de 800Km; rápido, mas fica no chinelo em relação ao Shinkansen, o trem bala japonês, que faz até 320Km/h.
São Petersburgo é bem menor que Moscou, quase que a metade, então é muito mais fácil de andar. Ficamos hospedados em Nevsky Prospect, principal avenida do centro da cidade, nos possibilitando andar pelas principais atrações, sem precisar utilizar metrô e ônibus.

O clima estava bem mais frio que Moscou, entre 6 e 15°C, agradável para caminhar de dia, mas bem frio para a noite. Minha única blusa de frio, se mostrou bem ineficiente, mas de qualquer maneira, minha mãe traria roupas que tenho no Brasil.
Petersburgo - Church of the Resurrection of Jesus Christ
 São Petersburgo é uma cidade tão aconchegante, que penso em voltar nos próximos meses, apesar do frio.
De todas essas atrações, a mais impressionante é o Winter Palace, onde atualmente funciona um museu. Com mais de 400 cômodos, o palácio é imenso, com salas e corredores absolutamente suntuosos.

A curta viagem entre Moscou e Petersburgo foi sensacional e quero sim voltar, mas com mais dinheiro, pois o custo é bem alto, tanto de alimentação, quanto hospedagem.






segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Dia 171 - Abandonado, jamais esquecido

Protesto nas ruas de Amman
Há quase uma semana não consigo atualizar o blog, então decidi que ele não será mais escrito diariamente, mas sim, de uma forma mais espontânea.

Depois de duas semanas inteiras, deixei Amman, rumo ao segundo mundo, onde a vodka impera e a língua soa como português de Portugal. A Jordânia foi uma boa zona de transição do oriente, de volta para o ocidente, já que os costumes de lá são relativamente ocidentalizados, mas, mesmo assim, bem pitorescos. Deixarei de ver turbantes, burcas, véus e voltarei ao conforto do ocidente com suas largas avenidas, carrões, shopping centers, futilidades, Mc Donalds, ternos, competição, correria – que saudades!


Falando assim, parece que estou voltando para casa, mas é exatamente essa a sensação que tenho, ao ir para a Europa. Até ir ao banheiro é diferente no oriente, então depois de mais de três meses “lutando”, volto para casa, onde entendo os costumes e as pessoas (na maior parte do tempo). Venci o que eu sabia que seria, e foi, a parte mais difícil da viagem.


Por não ter ido a Israel, estou programando um cruzeiro pelo Mediterrâneo, onde sairia, preferencialmente, da Itália, Grecia ou Turquia, e passaria em Alexandria, Tel A Viv e Haifa. Obviamente, que são planos futuros, pois no momento, Cruzeiro é só o meu time de futebol, líder do Brasileirão.


No último dia nas arábias, conheci um casal de Portugal. Falar português é bom demais, mas tive um pouco de dificuldade (muita). O caso é que conversar por telefone/Skype, é uma coisa, pessoalmente é muito diferente, então fiquei super travado para falar. Estranho ter dificuldades com a língua pátria.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Dia 167 - Atualizando os números

Vista do hotel
Tem muito tempo que não atualizo os números da viagem. Acho que no início, estava empolgado e contando tudo, mas depois de mais de 5 meses de estrada, o tempo é muito mais psicológico que cronológico.

De qualquer forma, os números impressionam. Isso eu tendo desacelerado um pouco nesses últimos meses.
Números da Viagem
Países visitados
15
Viagens de ônibus
10
Cidades visitadas
40
Hostels visitados
40
Quantidade de voos
20


Pela primeira vez subi no terraço do hotel, uma semana e meia depois de fazer o check-in. A vista não tem nada de especial, mas vale a pena conferir, de qualquer forma.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Dia 166 - Jordan Museum

Pintos de todas as cores
Nas proximidades do meu hotel, 1,5km, está localizado o Jordan Museum. O museu é bem bacana, mas peca muito em sinalização. Quase dei a volta ao redor dele inteiro, para achar a entrada, pois não tinha nenhuma placa informando o local exato.

A entrada é de graça e o museu funciona de 10:00 as 14:00, exceto terças e sextas. Ao registrar a minha entrada, percebi que eu era o primeiro visitante naquele dia. O prédio é de um tamanho impressionante, com um ar condicionado ideal.

A exposição principal era sobre Petra, cidade que visitei uma semana antes. Pedi um mapa, mas eles só tem um mapa, que fica na parede, então é muito fácil se perder; mais uma falha. Nem o banheiro é fácil de achar.

Saí de lá, em um calor escaldante, e fui tirar algumas fotos pelo meu caminho. O mais surpreendente, foi passar em frente a uma loja que vendia aves e perceber que eles colorem os pintinhos de diversas cores. Bem bizarro, mas deve ser para atrair crianças.


Passei na minha barraca de sucos favorita, onde os vendedores já me conhecem, já que estou há mais de uma semana por aqui, “preso”. Acabei criando uma certa rotina, que inclui lavar algumas peças de roupa e pendurar em um varal improvisado no meu quarto – farofada. 

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Dia 165 - Quase acabando

De longe, mas antenado com o Brasil
Uma semana até chegar à Europa! Nem acredito, que depois de tantos perrengues e infortúnios, chegarei ao mundo civilizado, apesar de que, Rússia não é lá aquele sinônimo de civilização, mas ta valendo.

Depois de mais de dois meses, separei uma calça e uma blusa de manga comprida, para colocar, assim que chegar em terras russas. Como passei apenas por lugares quentes, calça jeans era algo impensável de se usar.

Percebi que as milhas da viagem, não estavam sendo creditadas na minha conta, então entrei em contato com a American Airlines e me instruíram a enviar um email com cópia de todos os cartões de embarque. Simples, pois eu tenho todos aqui comigo, guardadinhos, exatamente para esse tipo de situação.

Fora isso, o dia foi bem tranquilo, assisti aos meus seriados, e baixei alguns filmes para assistir no decorrer dos dias. 

Na parte da noite, fui assistir ao debate dos precidenciáveis, então, como a diferença são de 6 horas, fui dormir por volta de 2 da manhã

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Dia 164 - Preparativos para a Rússia

Ainda falta mais de uma semana, mas precisava reservar acomodações e transporte de Moscow para São Petesburgo. Fazendo uma breve pesquisa, descobri que Moscow é considerada a segunda cidade mais cara do mundo, perdendo apenas para Zurique. De qualquer forma, como ficarei pouco tempo por lá, não será o suficiente para me “quebrar”.

O mais caro até agora, está sendo o trem de Moscow para Petesburgo, que me custou USD110, BRL266, lembrando que é apenas passagem de ida, pois meu voo para Berlin, sai de Petesburgo. Eu sempre quis fazer o expresso transiberiano, então esse trecho de trem, é um pedacinho inho do trajeto. Imagino que será uma viagem bacana, com duração de 4:30h.


Pesquisando o clima, que eu realmente me assustei. A mínima está chegando a 3°C, e as máximas na faixa de 14°C. Extremamente frio para essa época e não sei se minhas roupas me impedirão de congelar. Provavelmente não.

domingo, 31 de agosto de 2014

Dia 163 - Amman

Perna de cordeiro com "vegetais"
Amman é uma cidade interessante. A frota de Mercedes aqui, é a maior que já vi, com carros de todas as eras, desde anos 70 até os últimos modelos. Deve ser uma forma de status, pois os outros carros alemães não são muito populares.

Em várias esquinas é possível ver barracas de sucos naturais e caldo de cana, extremamente populares. O tal “churrasco grego”, kebab, também é muito popular, normalmente feito de carne de cordeiro ou frango. As pessoas por aqui são extremamente carnívoras e são raras refeições que eles não comem carne, só no falafel mesmo.

Tive a experiência de passar na porta de alguns açougues, que são muito limpos, mas um pouco macabros, com vitrines que expõe os restos dos animais, como cabeças e vísceras. Show de horror, mas comparando com os açougues indianos e nepaleses, onde tudo ficava exposto, num calor desgraçado, sem refrigeração, com milhares de moscas por perto, aqui é paraíso.

Uma das coisas que mais me impressiona é como tem pessoas que se parecem, fisicamente, com brasileiros. Vi isso na Índia e agora, aqui. Outro dia vi um cara na rua que parecia tanto, mas tanto com brasileiro, que quase puxei papo com ele.

A parte boa do dia é que o australiano que tinha ido comigo para Petra, voltou para Amman, então ficamos conversando e fomos almoçar em um famoso restaurante, chamado Jerusalem. Comi um cordeiro deliciososo com legumes.

sábado, 30 de agosto de 2014

Dia 162 - AirBnb

Com o novo rumo que a viagem tomará, passei cerca de 12 horas em frente ao computador fazendo reservas em hospedagens, comprando passagens de trem, avião, ônibus e verificando a viabilidade de alugar um carro.

O mais importante são as hospedagens, pois podemos estar na cidade mais incrível do mundo, mas, se ao final do dia, não tivermos um ligar limpo e agradável para descansar, o passeio se torna menos prazeroso. É sempre bom poder ter um porto seguro.

Uma novidade que resolvi usar é o Airbnb, website de aluguéis de imóveis ou quartos, por temporada ou curtos períodos. Sempre ouvi falar nesse serviço, mas nunca tive a necessidade de utilizá-lo.
Pesquisei por horas, lendo reviews de outros hóspedes, além das características dos imóveis, até decidir exatamente, onde ficaremos hospedados. Acho que fiz boas escolhas, e mais para frente conto a experiência.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Dia 161 - Nadando no Mar Morto

Moda praia  - Mar Morto
Para preencher o excesso de dias que tenho por aqui, estou fazendo alguns tours pela Jordânia, de maneira esparsa, para fazer render; tipo colocar mais água no feijão.

Fui com um casal de italianos, na faixa dos 50 anos, divertidíssimo, já que tinham um humor bem sarcástico, semelhante ao meu. A primeira parada foi no mar morto, onde, para entrar, tivemos que pagar uma taxa de JOD20, BRL65, para ter acesso à praia e ao clube onde poderíamos usar as piscinas e tomar banho. Caro, como tudo relacionado ao turismo, aqui na Jordânia. A sensação de boiar, independente do esforço que se faça, é muito estranha. A água tem um sabor terrivelmente amargo e salgado, de forma que se uma gota caísse nos meus olhos, seria bem desagradável.

St. George's Church

O que mais me espantou, foi ver as mulheres muçulmanas, “nadando” de burca, ou com véus que tampavam 90% do corpo. Um sol escaldante e elas lá, debaixo de suas roupas de banho pretas. Julgar é complicado, mas tirei algumas fotos divertidas da moda praia jordaniana.

Uma curiosidade é que o Mar Morto, é considerado o ponto mais baixo da Terra, sem contar o fundo dos oceanos, com 390 metros abaixo do nível do mar.

Pé na estrada e fomos para Madaba. No caminho, passamos por paisagens sensacionais, daquele deserto montanhoso, onde esculpiram uma estrada. Paramos diversas vezes para tirar fotos e, finalmente, chegamos à Madaba para almoçar. Lá está localizada a Saint George’s Church, onde há um mapa da Terra Santa, datado do século VI, feito em um mosaico, no piso da igreja. A igreja é bem pequena, mas muito bonita, com mosaicos por toda parte. Pagamos JOD1, BRL3,6, para entrar lá.

Mount Nebo
Finalmente chegamos ao último destino do passeio, o Mount Nebo, lugar onde, supostamente, Moisés recebeu a visão da “terra prometida”. Imagino mesmo, já que lá é bem alto, e é possível enxergar quilômetros de distância.
Voltamos para o hotel e conheci uma americana chamada Gwen, que estava por aqui, tendo lições de árabe. Assumo que também gostei da língua e ela, que estuda há cerca de um ano, consegue se comunicar de maneira razoável. Um caso a se pensar.


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Dia 160 - Preso em Amman

Sanduiche de mortadela com iogurte salgado 
Praticamente não deixei o hotel o dia todo, por conta de fazer algumas dezenas de alterações na minha viagem.

Agora, parte da viagem, compartilharei com a minha mãe! Resolvemos que dia 17/09 iremos para o Reino Unido, onde daremos umas boas voltas por lá. Depois, faremos Alemanha, minha terra natal (risos).

Nunca tivemos a oportunidade de viajarmos juntos pela Europa, então achei que seria a oportunidade perfeita. O clima não estará muito desgraçado e, parte do roteiro que programei, eu não conheço.


O único porém das alterações que fiz, é que só conseguirei sair da Jordânia dia 09/09, muito além do que gostaria, já que não há tanto o que se fazer por aqui, e não vou ao Egito nem Israel, destinos em conta, partindo de Amman. Com esse tempo excessivo aqui, ficarei apenas 6 dias na Rússia, entre Moscow e Petesburgo. Uma pena.


quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Dia 159 - Relax

Nem questionei a conta
Depois de três dias, consecutivos, bem intensos, tirei o dia para descansar e colocar a casa em ordem.
Mandei um bocado de roupa para lavanderia, que é um absurdo por aqui, e comi várias comidas diferentes durante o dia. Sempre tive o hábito de comer comida árabe, como húmus, falafel, kebab e outras coisas que não sei o nome. Por aqui, mantenho esse hábito, pois além de saudáveis, essas comidas são deliciosas.

Dei mais uma volta pela região e resolvi rapar/raspar (não sei como é a forma certa) a cabeça. Passei máquina 1. Agora, estou muito parecido com os árabes, então todo o tempo, alguém puxa conversa comigo em árabe. Gosto disso, pois passar desapercebido em um país diferente do seu é sempre bom.


Depois de muito pensar, desisti da ideia de Israel. Além de não me sentir 100% confiante em cruzar a fronteira, depois de casos escabrosos que ouvi, não quero me arriscar desnecessariamente. Mesmo vendo vários estrangeiros indo e vindo de lá, deixarei a visita para uma próxima vez. Além disso, não quero ajudar a patrocinar essa guerra. Jerusalém, Tel a Viv e Haifa, ficarão para uma outra oportunidade.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Dia 158 - Três dias, duas maravilhas do mundo

Treasury, Petra
Depois de conhecer o incrivelmente belo Taj Mahal, fui conhecer Petra. Petra é uma famosa cidade da época dos nabatenses, onde as construções foram esculpidas em grandes paredões rochosos. Um espetáculo!

Caminhamos por horas, eu, um americano, um chinês e um australiano/chinês. O sol estava escaldante, então por diversas vezes paramos para descansar e tomar água. Eu estava com meu chapeuzinho horrendo, que vem me acompanhando desde o Peru, quando o comprei, mas, apesar de feio, protege contra o sol na careca.

Ficamos lá por mais de 4 horas, e considero que foi suficiente para um dia. O que mais me impressionou foi o preço para entrar em Petra. Paguei JOD50, Cerca de BRL170, só de entrada! Nunca vi a entrada para uma atração ser tão cara, mas valeu a pena e eu pagaria de novo.
Saímos de lá e o motorista estava nos esperando, com o ar condicionado do carro ligado. Um luxo! Pagamos JOD30, BRL100, cada um, pelo motorista, mas seria a maneira mais fácil de chegar e sair de lá.


Depois de 3 horas de viagem, chegamos de volta ao nosso hotel, uma viagem tranquila, segura e sem nenhum contratempo, exatamente o que eu estava precisando, pós Nepal e Índia.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Dia 157 - Jordânia, um país civilizado

Bilhete para a liberdade
Cheguei ao aeroporto por volta das 04:05, precisamente com duas horas de antecedência, um alívio, pois, por alguns momentos, tive medo de não conseguir chegar a tempo.

Fiz o checkin tranquilamente e pedi um assento na janela, para que eu pudesse dormir, por motivos óbvios. A infeliz me deu um assento na poltrona do meio, em frente à saída de emergência, então, a poltrona sequer reclinava. Quando me entregaram um papel com pesquisa de satisfação, contei o tanto que a mulher do checkin foi cretina, já que vi vários outros assentos disponíveis.
Enquanto estava no aeroporto, comecei a refletir... “Quando será que estarei em um local onde as pessoas não tem barbas enormes, bigodes esquisitos, turbantes, burcas, véus? Cadê a calça jeans e camiseta branca, meudeusdocéu?”

O voo durou cerca de 5:30 horas e foi bem tranquilo, mas não consegui dormir nada. Acabei assistindo ao filme Rio 2, que me deixou com saudades do Brasil, apesar da sua visão bem clichê das coisas, mas ajudou a me distrair, enquanto estava naquela pavorosa caixa de metal voadora.
O aeroporto é impecável e bem moderno. O visto para Brasileiros entrarem na Jordânia é emitido no próprio aeroporto, no valor de JOD40, BRL130. Tudo bem tranquilo e eficiente.
Peguei um ônibus que me deixaria no centro da cidade por JOD3,45, BRL12, e no caminho já percebi a civilidade, começando que aqui se dirige do lado correto da estrada. Depois de meses vendo o tráfego do lado esquerdo, o errado, finalmente chego a um país que se dirige normalmente – até achei estranho.

O transito é bem civilizado, sem tuktuks, carros de boi, bicicletas e buzinas. As pessoas são educadas e não ficam tentando tirar proveito de todas as situações. Senti que chegava a um lugar mais tranquilo, onde teria sossego, após o que vivi nos últimos tempos.

Cheguei no hotel, comi uma salada e dormi por umas duas horas, que me deram um gás para terminar o dia. Dei uma volta pelos arredores do hotel, e gostei do que vi.

Conheci um pessoal e combinamos de ir a Petra, juntos, na terça-feira. Jantei um arroz com frango, já que não tinha a menor vontade de comer qualquer coisa e desmaiei na cama, tentando recuperar o sono perdido.

domingo, 24 de agosto de 2014

Dia 156 - Um dia de dois dias

Taj Mahal
O ônibus partiu por volta das 06:50, e fomos rumo a Agra! Uma sensação boa, pois o Taj Mahal era algo que eu queria, e muito, conhecer. Tirei a sorte grande, de não ser o único estrangeiro no ônibus, pois tinha um italiano, Mateo. Como o resto do povo era tudo índio, eu e Mateo nos tornamos melhores amigos instantaneamente.

No caminho, deu para perceber como que a Índia está em pleno desenvolvimento. Expansões do metrô, melhoria nas estradas, construções para todos os lados. Apenas acho que a população não acompanha esse progresso, e teima em viver na Idade dos Metais.
Depois de 6 horas de estrada esburacada, vacas, poeira, buzinas, caos, chegamos à primeira parada, o Forte de Agra. A construção é belíssima e o seu exterior é totalmente vermelho, muito diferente de tudo. No interior, mármore por todos os lados e entalhes muito bem feitos. Turistas estrangeiros pagam IDR300, BRL15, para entrar no forte.

Almoçamos e fomos rumo ao Taj Mahal. Indianos pagam IDR20, BRL1, e estrangeiros IDR750, BRL37, mas temos direitos a algumas regalias, pois esse ticket é considerado premium. O estacionamento de ônibus fica cerca de 1 km da entrada, mas há transporte gratuito de ida e volta, para os tickets premium.
Já me impressionei com a entrada, que parecia a entrada de um palácio, sendo que o Taj Mahal é “apenas” um túmulo.

Forte de Agra
Passamos pela segurança e finalmente entramos, dando de cara com aquela maravilha. O tamanho é de impressionar, além da beleza da construção. Algo indescritível, que valeu todo o sacrifício de tolerar a Índia. Ficamos passeando por mais de uma hora, em um calor enlouquecedor. Para entrar no Taj Mahal, é necessário tirar os sapatos e enfrentar filas quilométricas. Os portadores do ticket premium, praticamente não pegam filas, e ainda “ganham”, uma capa, que cobre parcialmente o calçado, evitando ter que retirá-lo.
Depois daquele passeio deslumbrante, voltamos para o ônibus e partimos, exatamente às 18:00. Começamos a nos preocupar com o horário, já que, de acordo com o roteiro, ainda teríamos lugares a visitar e a viagem de volta para Delhi, duraria cerca de 6 horas.

Inicialmente, pegamos a estrada rumo a Delhi, o que nos deixou bastante animados, pensando que chegaríamos no horário, mas aí que começou a tortura.
Paramos em uma cidade horrenda, onde iluminação pública era luxo e vacas, enormes, pastavam e passeavam pelas ruas. Essa parada era para que os hindus visitassem o suposto local de nascimento de Krishna. Não é à toa que ele é o Deus da guerra, porque nascer naquele buraco, me deixaria revoltado também. Ficamos mais de uma hora esperando os índios, que voltaram eufóricos para o busu.
Seguimos viagem e paramos em um lugar, pior que o anterior, já que nem asfalto tinha na rua, então ficamos comendo poeira. Esse local, foi o parque de diversões de Krishna. Esperamos mais uma eternidade, entre cachorros, mosquitos, odores, poeira.
Detalhes no interior do Fote de Agra

Continuamos a romaria, até parar no restaurante, onde jantaríamos. Um lugar tão nojento que eu não tive coragem nem de usar a pia do banheiro, então comprei uma garrafa de água mineral para lavar minhas mãos e rosto. Até esgoto a céu aberto tinha na pocilga. Mateo comeu lá, mas eu nem me atrevi. Minutos depois ele já estava se sentindo mal, por conta da comida.

Depois dessa loucura toda, às 03:05, cheguei ao meu hotel, três horas após o previsto, lembrando que eu agendei um carro às 03:30, para me levar ao aeroporto. Tomei um banho rápido, terminei de arrumar a mala, e fui para a recepção. Obviamente que o motorista só foi aparecer 03:45. É muita falta de responsabilidade, ainda mais sabendo que eu tinha um voo internacional.

Considero que meus dias acabam, quando vou dormir, mas, como isso não aconteceu, continuarei o dia dos programas de índio, no próximo post.

sábado, 23 de agosto de 2014

Dia 155 - Agra, aí vou eu

Acordei melhor disposto, mas longe de estar em plena forma, então tirei o dia para descansar e pesquisar minhas próximas paradas.

Estudei e conversei com o pessoal do hotel, sobre a melhor opção para ir à Agra. Inicialmente pensei em pegar um trem e lá, um taxi que me levaria para um city tour pelas principais atrações da cidade, Taj Mahal e Agra Fort. Essa opção seria bem mais cara, do que pegar um ônibus de turismos, que pararia nesses lugares e custaria apenas IDR600, BRL30 (a outra opção custaria quase uns BRL200, então, teoricamente, vale o esforço).

Agendei o ônibus mesmo, mas minha única preocupação, é que ele chegaria por volta das 0:00, e meu voo para Amman, sai às 06:00 do mesmo dia. Perguntei para o hotel se o ônibus poderia atrasar, e me informaram que no máximo até 01:00 ele estaria de volta. Então eu dormiria até 03:20 e sairia 03:30 da manhã, rumo ao aeroporto que fica bem afastado da cidade.


Almocei em Connaught Place de novo e fiquei descansando na parte da tarde, me recuperando do dia anterior.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Dia 154 - Dia de rei

Após 154 dias me gabando, por não ter tido nenhum incidente de saúde, os problemas gastrointestinais, me pegaram de jeito. A tal da Índia, é implacável.

Não sei se comi algo que estava estragado, ou simplesmente meu organismo se assustou com a comida, o que acho improvável, mas tive uma diarreia braba, que me deixou bem baqueado e mais indignado ainda com esse país.

Mesmo assim, consegui vencê-la, e foi a um shopping, muito bem avaliado por turistas, utilizando o metrô pela primeira vez.

O metrô de Delhi é excelente, não ficando atrás de nenhum que conheci, em grandes cidades mundiais. O único problema, é que ele é usado por indianos, o que gera tumulto e odores. O shopping se chama Citywalk, dei uma volta, comi uma salada e voltei para o hotel, já que eu não estava muito bem disposto.


Liguei para a American Airlines, e pela segunda vez alterei minha passagem. Ao invés de ficar 17 dias nesse programa de índio, ficarei 6. Segunda-feira 25/08, 06:05, parto para Jordânia.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Dia 153 - Passeio por Delhi

Qutab Minar
Após o trauma inicial, resolvi embarcar em um daqueles ônibus de turismo, para dar uma volta pelas principais atrações da cidade. Paguei IDR350, BRL17, por um ônibus com ar condicionado, onde eu era o único estrangeiro. Todos os outros turistas eram indianos.


Algo que é perceptível, é como temos brasileiros semelhantes aos indianos. Talvez seja a mistura de negro com europeus que nos torne parecidos. Essa semelhança é apenas física, já que nos costumes, somos bem mais civilizados.

Fomos aos principais pontos turísticos da capital e, como não poderia faltar nesse tipo de passeio, nos levaram para uma loja onde vendiam camisas, cachecóis, pashminas. Típica armadilha pra enganar turista. De lá, almoçamos em um restaurante que eu nunca, sequer, passaria na porta. Insuportavelmente quente, fedido, pessoas comendo com as mãos, além daquela comida esquisitíssima. Por estar com fome, comi um pouco, mas foi difícil. Para completar, depois do almoço os indianos ficaram arrotando dentro do ônibus. Muito agradável.

Templo Bahai em formato da flor de Lotus
Voltamos para o hotel e estava decidido a mudar minha passagem para a próxima semana, mas um dos indianos, que estava no grupo, praticamente me convenceu a conhecer outros lugares da Índia, mais adaptados para turistas ocidentais. Vou pesquisar sobre os lugares e decidir o que vou fazer, mas a vontade é de ir embora o mais rápido possível.



Estou pensando em fazer a visita ao Taj Mahal no Sábado ou Domingo, já que não preciso de mais do que um dia para conhecê-lo.


 
 
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