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quinta-feira, 15 de maio de 2014

Dia 54 - Um olhar diferente

Explorar a cidade como turista, e sozinho, é uma coisa, estar com um morador, é outra. Conheci um japonês que me levou para conhecer as partes menos turísticas de Osaka e mais “reais”.

Começamos por praças de alimentações com uma variedade enorme de comida, a grande maioria frita, e muitos doces. Achei aí a explicação para que os dentes dos japoneses fiquem em um estado tão ruim, mesmo dos jovens. Tudo é doce, exceto o chá verde que é sem açúcar, mas de resto... Nas prateleiras de lojas de conveniências, padarias, lanchonetes, tudo é doce e muito, mas muito mais doce do que meu paladar está acostumado. Quando vou fazer compras, tenho dificuldades em achar coisas mais saudáveis que não sejam algum tipo de doce ou fritura.

De qualquer forma, as padarias japonesas são uma experiência. Comi e comprei pães fantásticos, saborosos e não doces, ou com pouco doce. Eu já tinha percebido isso na Austrália e Nova Zelândia, vim a confirmar in loco.

Após a festa da comida, partimos para um outro tipo de festa. A região de Tobitashinchi é a zona de prostituição de Osaka. As Baishunfu, como são chamadas as prostitutas por lá, ficam em vitrines abertas, espalhadas por várias ruas, sob o domínio da Yakusa – sim, eles ainda existem. Prostituição não é legalizada no Japão, mas nessas áreas, a policia não entra e faz vista grossa (até no Japão tem isso). As ruas são separadas por faixa etária, das mais jovens, para as “senhoras sem dente”, conforme meu amigo descreveu. Nas vitrines, a menina fica sentada fazendo poses, na maioria das vezes, infantis. Com muita maquiagem as aparências que por lá imperam são de bonecas, extraídas de quadrinhos japoneses, comprovando a minha tese que os japoneses tem alguma tara por esse excesso de feminilidade infantil.

Essa busca pela fantasia no mundo real, seja pelas roupas, maquiagem, atitude, ou tudo junto, é a válvula de escape para a realidade de extrema cobrança, competitividade e formalidade. Já estou julgando e formulando hipóteses novamente, para uma cultura difícil de entender, e até de aceitar – mas a coisa é tão doida, que, um dos motivos para usarem as máscaras cirúrgicas, é evitar que adoeçam e faltem de trabalho.


Depois de tantos choques culturais, entrei no meu ônibus para Hiroshima, mais uma vez da Willer Express por JPY5.450.

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