Sessenta e três dias na estrada! Nesse curto período eu já vi
e passei por tantas coisas. Conheci
pessoas incríveis, lugares espetaculares, cidades intrigantes, costumes absolutamente
diferentes.
O blog que começou relativamente despretensioso já tem 43
páginas que descrevem praticamente todas as coisas que vivi, mas nada como
vivê-las. As vezes passo por lugares e fico pensando se algum dia eu voltarei
lá e, como não é uma viagem muito corriqueira, acabo vendo tudo como se fosse a
última vez. Quantas pessoas já passaram por mim nesses 20 hostels que me
hospedei? Por quantos futuros artistas, esportistas e gênios eu já cruzei pelas
ruas? Em quantas fotos de desconhecidos eu estou? Ocorreu um fato muito
interessante aqui no hostel que um holandês tirou uma foto em uma determinada
atração, em Beijing, e ao fundo, é possível ver duas mulheres, que estão
hospedadas aqui conosco e, quando a foto foi tirada, ele não as conhecia.
Engraçado que quando conto a pessoas sobre a minha viagem,
muitas ficam maravilhadas e, para mim, é apenas a vida que escolhi levar pelos
próximos meses. Sem querer ser pretencioso, já sendo, tenho certeza que fiz
muitos refletirem sobre suas prioridades. Lembro de uma americana, que conheci
no Peru, que ficou se questionando, enquanto eu contava minha história.
Meus amigos, no geral, estão todos insatisfeitos ou no mínimo
desconfortáveis, seja por questão de salário, cargo, excesso de trabalho, falta
de trabalho. A frustração é geral, então fico me perguntado se o problema é lá
ou cá. Nunca ficaremos 20 anos na mesma empresa, a rotina nos deixa entediados rapidamente,
sempre achamos que ganhamos menos que merecemos, queremos ascender mais rápido
que damos conta e, quando isso não acontece, é porque faltou meritocracia.
Fomos tão acostumados a sempre receber elogios e aplausos, por qualquer mérito,
mesmo que mínimo, mas a verdade é que não somos tão bom quanto pensamos. Certa
vez li um artigo sobre isso, que um professor, na formatura do ensino médio dos
alunos, fez um discurso abordando que todos os estudantes ali eram normais,
ninguém era mais especial, nem melhor que ninguém. Esse discurso gerou um
alvoroço entre os pais e até mesmo na imprensa, já que todos concordavam e
entendiam o que o professor tinha dito, mas tinham receio em dizer.
Nossa geração
assistiu a transição da Enciclopédia Barsa, para o Altavista, Cadê, Google e,
de uma hora para outra, fomos bombardeados por uma quantidade imensa de
informações que ampliou nossos horizontes. Saber o tamanho do nosso mundão, e
simplesmente viver uma vida “normal”, não dá mais, a não ser para as exceções.
Eu não quero meu lugar ao sol, mas sim, um lugar ao sol, na neve, à sombra de
uma palmeira, num mergulho com tubarões... Vivenciando que nos sentimos realmente
vivos, afinal, “a vida não é medida pela
quantidade de vezes que respiramos, mas pelos momentos que nos fazem perder o
fôlego” – Vicki Corona, 1989.
amei primo.
ResponderExcluirestava em BH com sua mammys quando ela descreveu o que tinha acabado de ler no seu blog.
eu já conhecia essa citação e é uma das minhas faves, procurando online achei algo super legal que pode te interessar sobre o real autor. Controversias a parte, fato é, é genial e ponto final. :-)
http://quoteinvestigator.com/2013/12/17/breaths/
Muni, foi lá que eu confirmei a autora da frase. Foi escrita em 1989 por Vicki Corona. TIve que pesquisar, pois até o Bob Marley, teoricamente, disse isso.
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