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sábado, 24 de maio de 2014

Dia 63 - Live to feel alive

Sessenta e três dias na estrada! Nesse curto período eu já vi e passei por tantas coisas.  Conheci pessoas incríveis, lugares espetaculares, cidades intrigantes, costumes absolutamente diferentes.

O blog que começou relativamente despretensioso já tem 43 páginas que descrevem praticamente todas as coisas que vivi, mas nada como vivê-las. As vezes passo por lugares e fico pensando se algum dia eu voltarei lá e, como não é uma viagem muito corriqueira, acabo vendo tudo como se fosse a última vez. Quantas pessoas já passaram por mim nesses 20 hostels que me hospedei? Por quantos futuros artistas, esportistas e gênios eu já cruzei pelas ruas? Em quantas fotos de desconhecidos eu estou? Ocorreu um fato muito interessante aqui no hostel que um holandês tirou uma foto em uma determinada atração, em Beijing, e ao fundo, é possível ver duas mulheres, que estão hospedadas aqui conosco e, quando a foto foi tirada, ele não as conhecia.

Engraçado que quando conto a pessoas sobre a minha viagem, muitas ficam maravilhadas e, para mim, é apenas a vida que escolhi levar pelos próximos meses. Sem querer ser pretencioso, já sendo, tenho certeza que fiz muitos refletirem sobre suas prioridades. Lembro de uma americana, que conheci no Peru, que ficou se questionando, enquanto eu contava minha história. 

Meus amigos, no geral, estão todos insatisfeitos ou no mínimo desconfortáveis, seja por questão de salário, cargo, excesso de trabalho, falta de trabalho. A frustração é geral, então fico me perguntado se o problema é lá ou cá. Nunca ficaremos 20 anos na mesma empresa, a rotina nos deixa entediados rapidamente, sempre achamos que ganhamos menos que merecemos, queremos ascender mais rápido que damos conta e, quando isso não acontece, é porque faltou meritocracia. Fomos tão acostumados a sempre receber elogios e aplausos, por qualquer mérito, mesmo que mínimo, mas a verdade é que não somos tão bom quanto pensamos. Certa vez li um artigo sobre isso, que um professor, na formatura do ensino médio dos alunos, fez um discurso abordando que todos os estudantes ali eram normais, ninguém era mais especial, nem melhor que ninguém. Esse discurso gerou um alvoroço entre os pais e até mesmo na imprensa, já que todos concordavam e entendiam o que o professor tinha dito, mas tinham receio em dizer.

Nossa geração assistiu a transição da Enciclopédia Barsa, para o Altavista, Cadê, Google e, de uma hora para outra, fomos bombardeados por uma quantidade imensa de informações que ampliou nossos horizontes. Saber o tamanho do nosso mundão, e simplesmente viver uma vida “normal”, não dá mais, a não ser para as exceções.


Eu não quero meu lugar ao sol, mas sim, um lugar ao sol, na neve, à sombra de uma palmeira, num mergulho com tubarões... Vivenciando que nos sentimos realmente vivos, afinal, “a vida não é medida pela quantidade de vezes que respiramos, mas pelos momentos que nos fazem perder o fôlego” – Vicki Corona, 1989.

2 comentários:

  1. amei primo.
    estava em BH com sua mammys quando ela descreveu o que tinha acabado de ler no seu blog.
    eu já conhecia essa citação e é uma das minhas faves, procurando online achei algo super legal que pode te interessar sobre o real autor. Controversias a parte, fato é, é genial e ponto final. :-)
    http://quoteinvestigator.com/2013/12/17/breaths/

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    1. Muni, foi lá que eu confirmei a autora da frase. Foi escrita em 1989 por Vicki Corona. TIve que pesquisar, pois até o Bob Marley, teoricamente, disse isso.

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