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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Dia 100 - Destination Kathmandu

O centésimo dia de viagem, obviamente, não seria comum e pacato.

Essa primeira semana é quando teremos aulas de nepalês e estudaremos sobre a cultura e costumes, que nos ajudarão a enfrentar essa difícil jornada.


Set de filmagem
No café da manhã conheci quem seria minha colega de classe, uma americana do Texas, que já fez voluntariado no Quênia, em Nairóbi, e me pareceu ser bem bacana. Seus pais são mexicanos, então tivemos uma criação bem parecida.

Na primeira aula tivemos uma visão geral sobre religião, castas, festivais e frases básicas em nepalês. Tínhamos várias dúvidas e aos poucos começamos a entender um pouco como a banda toca e como serão nossos respectivos projetos. Já sei que tem outro voluntário no meu projeto, o que vai me ajudar muito no início.

Depois de 3 horas de aula, almoçamos e fui com minha colega americana comprar um sim card, para termos celulares locais, e alguns suprimentos, como papel higiênico, nada difundido por aqui. Agora tenho um número nepalês e internet com 2GB no meu celular, o que dá um certo alívio, já que no hostel não tem wi-fi.
Chegando do nosso passeio, encontrei o americano que deveria ter ido para Lukla, mas devido ao mau tempo, ele não pôde voar, nem de avião, nem de helicóptero. O aeroporto de Lukla tem uma pista curtíssima e é considerado um dos mais perigosos do mundo, bem na base do gigante do Himalaia. Caso eu decida fazer a caminhada pelo Everest, começarei por lá – logo eu, que morro de medo de avião.
Selfie de parte do elenco
Ele estava extremamente frustrado, após horas de espera em vão no aeroporto, então fomos para o centro da cidade, tomar uma cerveja. Fomos eu, o americano e a americana, em um micro-ônibus da década de 70, onde um garoto de 10 anos era o trocador. Enquanto tomávamos uma cerveja, o nosso professor me ligou e pediu para que fizéssemos parte de um filme, onde o amigo dele era o diretor.

Topamos participar do filme, chamado Destination Kathmandu, onde o meu papel e da americana era aplaudir e sorrir, já que o nosso amigo, o americano, estava ficando noivo de uma nepalesa. O filme é sem pé nem cabeça, impossibilitando um real entendimento, mas foi das coisas mais divertidas que já fiz, e ríamos o tempo todo. Repetimos a cena de vários ângulos diferentes, claro. O figurino foi improvisado pelo diretor, onde eu estava de calça jeans, camisa e paletó, dentro de uma casa, com as luzes queimando minha careca – muito agradável.

Noivo fazendo graça
Nossa preocupação maior era que no Nepal, se dorme muito cedo (por volta das 21:00) e no ritmo que a filmagem ia, chegaríamos muito tarde no hostel, que estaria trancado. Avisamos que tínhamos que ir embora, já eram mais de 23:00, e, finalmente, acabaram as filmagens.

Entramos na van da produção onde amontoaram 16 pessoas, onde caberiam umas 10. Chovendo forte, escuro, asfalto inexistente, a van derrapando e pulando igual a uma perereca, todo mundo amontoado e cansado, até que 00:00, chegamos ao hostel. A van não conseguia descer a nossa rua, então fomos a pé, na chuva, utilizando as lanternas dos celulares para iluminar o chão. Claro que os dois portões do hostel estavam trancados. Pulamos o primeiro muro, mas não conseguimos entrar mesmo assim. Em meio àquela confusão acordamos metade do hostel, até que abriram a porta para entrarmos.





04:30 o americano levantou para, mais uma vez, tentar embarcar para Lukla. Tomara que dê certo.

domingo, 29 de junho de 2014

Dia 99 - Em choque

Dormi por 3 horas, graças ao bendito jogo da Seleção Brasileira. Infelizmente não existem voos diretos de HCMC para Kathmandu, então tive que fazer uma escala em Kuala Lumpur, no novo terminal, inaugurado há 3 meses, chamado KLIA2. O terminal é operado principalmente pela Air Asia e tem um tamanho impressionante, contando, inclusive, com um shopping. Lugar excelente para se passar o tempo, já que fiquei 4 horas por lá.

Embarquei e já percebi umas diferenças, começando pelo cheiro das pessoas, que era bem forte e, algumas delas, pareciam que estavam voando pela primeira vez, pois sequer sabiam retirar o cinto de segurança.
Cheguei ao aeroporto de Kathmandu e fui preencher meus dados para o visto; aqui o visto é concedido na chegada e há as opções de 15, 30 e 90 dias, USD25, 40 e 100, respectivamente. Como vou ficar por cerca de 60 dias, tive que pegar o de 90. É necessária uma foto 3x4, preencher os dados e pronto. Bem vindo ao Nepal!
Uma coisa que me marcou na imigração, é que os trabalhadores eram todos sorridentes e brincalhões, uma anomalia, já que em todos os países do mundo, as pessoas mais mau humoradas são escolhidas para esses cargos.


O aeroporto mais parece a rodoviária de Belo Horizonte, e fui “cuspido” para fora do terminal, onde centenas de pessoas se amontoavam tentando me oferecer um taxi. Demorei, mas achei Sujan, o motorista que iria me buscar, com uma plaquinha escrita “Pedro Experiment”. A empresa brasileira responsável pelo meu voluntariado é a Experimento, com escritório em São Paulo e BH.
Entrei no carro e começou a aventura, típica do sudeste asiático, onde os carros buzinam incessantemente, fazem ultrapassagens loucas e freiam no último instante. Pelo caminho já achei a cidade um pouco estranha, pois o asfalto é terrível e, em momento algum, parecia que estava na capital de um país.

Cheguei no hostel, me colocaram num quarto imundo, junto a um americano, e quando fui tomar banho, me contaram que, aqui, o banho é frio... Kathmandu não é como as outras cidades da região, que são insuportavelmente quentes e, mesmo no verão, a noite é bem fresco.
Deitei na cama assustado com o turbilhão de experiências e passei repelente, por causa dos mosquitos, que são do tamanho de libélulas.


O americano partiria às 04:30 para Lukla, base do Everest, onde ele trabalhará como professor de inglês.

sábado, 28 de junho de 2014

Dia 98 – E deu tudo certo

An com a camisa e bandeira da seleção
E lá estou eu arrumando malas novamente, para a próxima, e mais difícil, etapa da viagem: Nepal.


Depois de colocar tudo em ordem, fui cortar cabelo, uma senhora aventura quando não se fala a língua local, e depois fui sacar uns trocados. Tento sempre utilizar atms do meu banco, pois assim não me cobram taxas extras e posso até consultar o saldo. Voltamos para o hostel e percebi que tinha esquecido meu cartão no caixa eletrônico! Fiquei doido e voltei correndo para tentar recuperá-lo, já que daria uma trabalheira danada pedir outro. Para minha sorte, eu tinha utilizado um caixa em uma loja de conveniência e lá estava meu cartão. Que alívio.


De agora em diante, além de ser mais cuidadoso, vou utilizar caixas eletrônicos apenas em lojas de conveniência, onde é possível ter um certo suporte.


Aproveitando o último dia, fomos ao mercado, para variar, e resolvi presentear meus amigos com duas camisas da seleção brasileira, para que assistíssemos ao jogo uniformizados.
Por falar em futebol, que jogo... Sofremos demais e praticamente todo o bar estava torcendo para o Chile, afinal, todo mundo gosta de torcer para os mais fracos. Ganhamos o jogo e voltei correndo para o hostel, onde dormiria por apenas 3 horas, já que meu voo sairia cedo.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Dia 97 – De marijuana a lady boomboom

Jovens sentados na calçada
Ho Chi Minh não é uma cidade recheada de atrações turísticas, como outras cidades grandes do sudeste asiático, mas ela tem o seu charme.

O trânsito é um espetáculo à parte, onde semáforos são apenas figurativos e faixas de pedestre, meros desenhos no asfalto. Tenho certeza que muitos dos condutores nem sabem o que é faixa de pedestre. A única forma de transporte público são ônibus, pouquíssimo utilizados, já que todo mundo tem sua própria scooter, que são também populares entre os turistas, já que é extremamente fácil alugar ou comprar uma.

Como já citei em posts anteriores, há uma rua conhecida como a rua dos mochileiros, chamada Bui Vien Street. Restaurantes, bares, boates e casas de massagem tomam conta da rua, onde a cada 5 passos, somos interrompidos por vendedores. “Marijuana sir?”, “motorbike?”, “lady boomboom?”, “massage?”, são os itens mais oferecidos e populares, que sequer necessitam demais explicações.


Jovens sentados na calçada
O turismo sexual é também muito popular em todo o sudeste asiático, e em HCMC não é diferente.  A todo instante, é possível ver senhores caucasianos andando de mãos dadas com jovens vietnamitas. Eles chegam aqui, com suas moedas extremamente valorizadas e suas taras proibidas na sociedade ocidental, e fazem a festa. Nikolai conheceu um senhor alemão e ele tem certeza que o camarada é pedófilo.


Lamentável tudo isso, mas os governos locais são coniventes com essa situação.

Tirando os desgostos, a tal da Bui Vien tem um lado bem peculiar. A policia proíbe que sejam colocadas mesas no passeio (mas estacionar scooters pode), então os bares forram as calçadas e colocam almofadas, onde os mochileiros sentam, bebem e conversam. Depois das 23:00, todo mundo levanta e são colocadas cadeiras e mesinhas, pois, de acordo com os locais, os policias vão “dormir”.
Esse é o jeitinho vietnamita.


quinta-feira, 26 de junho de 2014

Dia 96 - Mais guerra

Opções de armas para utilizar
Marcamos nosso último e derradeiro tour para os Cu-chi tunnels, uma rede de túneis subterrâneos com mais de 250km de extensão, onde os Viet Congs se escondiam, guardavam munição, comida e ainda eram utilizados como rota de combate.

O nosso guia é um ex-combatente Viet Cong que, inclusive, tem ferimentos de tiros no braço. Muito brincalhão, esse senhor de 67 anos tentou nos passar tudo que sabia e vivenciou, mas seu inglês, sofrível, foi uma barreira para a compreensão completa dos fatos apresentados. Estou extremamente curioso para realizar um tour com estrangeiros no Brasil. Fico pensando se o inglês dos nossos guias é pelo menos inteligível...

Interior dos túneis
Fiquei impressionado com a engenhosidade e com as armadilhas colocadas nos túneis. As armadilhas não matavam soldados americanos, pelo menos instantaneamente, mas eles sofriam ferimentos muito graves, de forma que agonizavam até morrer, ou serem resgatados e tratados. A base eram lanças de bambu, que penetrariam na parte do corpo contemplada, sejam pernas, torso e braços, além de minas terrestres.

Psicologiamente, creio que isso deveria ser pior que simplesmente matar, pois os soldados viam seus amigos sofrerem graves ferimentos e eles estavam lutando com um inimigo “invisível”, já que os Viet Congs utilizavam esse mesmo tipo de armadilha para caçar, de forma que elas eram extremamente bem camufladas.
Uma barbaridade esses fatos de guerra, mas agora eu não tiro mais fotos de nada disso.

 Parte do tour inclui atirar com armas de grosso calibre, como rifles e metralhadoras. Achei tão inusitado e incoerente, pois museus de guerra devem estar lá para nos lembrar das atrocidades que nossos antepassados cometeram, não para uma diversão mórbida.

Entrada camuflada
Continuando o passeio e entramos em alguns dos túneis utilizados na época. Mesmo para os pequeninos vietnamitas, aquele espaço era extremamente apertado e claustrofóbico. Condições sub-humanas de vida e mesmo assim, cerca de 5.000 se abrigavam nesses túneis durante a guerra.

Os túneis tinham várias entradas camufladas, de forma que apenas alguém que realmente sabia onde ela era, poderia encontrá-la. A camuflagem era tão boa, que mesmo com o guia mostrando sua localização, não conseguíamos vê-la.


Voltamos para o hostel e preferi não sair dessa vez, apenas assistir aos jogos Alemanha x EUA e Portugal x Gana, ao mesmo tempo.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Dia 95 - A perigosa Ho Chi Minh

Aviso na recepção do hostel - as imagens valem mais
que mil palavras
Em Bangkok conheci uma americana que teve o celular roubado enquanto estava tirando uma foto, aqui em HCMC. Já comecei a achar estranho, pois, no geral, nessa região tentam levar seu dinheiro na malandragem, não na bandidagem.


No meu hostel, ouvi dezenas de histórias de colegas que foram roubados por trombadinhas ou por motoqueiros que passam e levaram suas câmeras, celulares, ou mochilas, enquanto estavam distraídos.

Vi algumas pessoas que perderam as mochilas, principalmente por estarem usando apenas uma alça, onde tinham o passaporte, todos os cartões e dinheiro. Nem sei o que faria em uma situação dessas, pois além do prejuízo financeiro, recuperar passaporte com vistos e tudo mais, deve ser uma loucura.

Se os turistas estão sendo negligentes ou não, realmente não sei, mas estou tomando todos os cuidados que tomaria no Brasil. Seguem algumas dicas:

Aviso no elevador do hostel
-Lugar de passaporte é no cofre/escaninho do quarto, trancado. Ele só é pedido em caso de compra de um simcard, check-in em hotel e viagem internacional. Fora isso, andar com esse valioso documento por aí, é loucura.

-Saia com apenas um cartão. Não precisamos andar com todos os 25 cartões que o banco nos enviou. É bom ter mais de um, pois se acontecer algo com o principal, ainda há um reserva, mas andar com todos juntos no dia-a-dia, é perigoso. Já dizia o filósofo, “nunca carregue todos os ovos em uma cesta só”.

-Sacou 1 milhão de libras esterlinas, deixe metade no quarto, ou, pelo menos, divida em seus bolsos.

-Câmera sempre utilizada com a alça em volta do pescoço ou punho, para evitar que ela caia ou consigam tomá-la com facilidade.

-Mochila sempre colocada com as duas alças nas costas ou na transversal. Em locais cheios e muito movimentados, viradas para frente.

-Tenha sempre um dinheiro reserva, preferencialmente em dólares americanos, para eventuais emergências. Tenho USD400 que nunca gasto e ficam no meu quarto, trancados com o passaporte.

-Última dica é usar sempre o bom senso. Se em Londres e Roma existem centenas de “pickpockets”, esperando a próxima vítima, imagina em cidades menos abastadas.

Sou cauteloso e ainda não tive nenhum problema nesses mais de 3 meses de viagem. Quero virar estatística não...


terça-feira, 24 de junho de 2014

Dia 94 - Delta do Mekong, parte 2

Casas às margens do Mekong
Fomos despertados às 06:10, para tomarmos café e partir rumo ao mercado flutuante. Dividi o quarto com o Nikolai e com um suíço, que ele conheceu em Phnon Phen, capital do Camboja, e reencontrou nas ruas de HCMC, por acaso.
O sudeste asiático tem essa peculiaridade, que reencontramos várias pessoas pelo caminho, já que quem vem pra cá, normalmente faz uma rota semelhante.

Vendedora flutuante
Fomos para o tal mercado e foi realmente uma experiência interessante. Centenas de barcos brigando por um espaço, vendendo e trocando frutas e legumes. As principais mercadorias eram abacaxis, melancias e alguns tubérculos.
Vendedora de bebidas

Nosso barco, abarrotado de turistas, era uma atração, e vendedores de cafés, frutas e bebidas nos assediavam o tempo todo, atracando os seus barcos junto ao nosso. Tínhamos que ficar de olho, pois nossas câmeras, celulares e carteiras, poderiam ser surrupiados por esses piratas de água doce.
Às margens do rio, ficam casas, erguidas sobre palafitas, extremamente simples. As pessoas ainda utilizam o rio para tudo, desde alimentação, até higiene 
pessoal, mas o governo vem trabalhando para conscientizar sobre os perigos daquela água imunda. Outro trabalho que está sendo desenvolvido é em relação ao lixo. Por aqui, se descarta o lixo em qualquer lugar, inclusive em rios e ruas, gerando uma quantidade enorme de sujeira e poluição. Esses são projetos que só surtirão efeito na próxima geração, mas, antes muito tarde, do que nunca.

Visão geral do mercado flutuante
De lá visitamos uma “fábrica” de macarrão, um porre, e fomos almoçar em um restaurante, ao lado do hotel que passamos a noite. O que me irritou, e muito, foi que o almoço desse dia não estava incluído e, mesmo assim, carregaram todo o grupo para um determinado restaurante. Não gostei da atitude e Nikolai e eu, almoçamos em um outro local, mais barato e com comida local, ao invés de ocidental.

Vendedor de abacaxis
Após horas e mais horas no busu, voltamos para Ho chi Minh e comemos uma pizza. Fico cansado de sempre comer coisas que eu não sei o que são, normalmente gordurosas, e uma pizza, é sempre uma escolha fácil.


Saindo do restaurante, encontrei umas mexicanas que conheci na Full Moon Party, lá na Tailândia. Demorei alguns segundos para reconhecer, mas elas me reconheceram imediatamente. Isso serviu para reafirmar que o sudeste asiático sempre promove reencontros inusitados.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Dia 93 - Delta do Mekong, parte 1

Buda sentado
Monges rezando
Após horas em um ônibus, ajustado para os diminutos vietnamitas, chegamos à primeira parada, uma pagoda com a gigantesca imagem de um Buda sentado e um outro deitado. No interior da pagoda, monges rezavam antes de se alimentar, em uma cerimônia muito bonita e interessante de se acompanhar.

As estradas são bem precárias, esburacadas e desniveladas, fazendo com que uma viagem curta se prolongue bastante. Ao contrário do Brasil, onde os limites entre cidades são relativamente bem definidos, aqui eles constroem sempre à beira das estradas, impossibilitando perceber quando saímos de um lugar e chegamos a outro.

Continuamos o tour e aí começaram as armadilhas para turistas, já que paramos em vários lugares onde teríamos a incrível oportunidade de comprar coisas... Visitamos uma fábrica de doces a base de coco, estilo puxa-puxa, mas nem sei se posso chamar de fábrica, já que a técnica utilizada era bem artesanal.

Tradicional remadora
De lá, almoçamos e a refeição inclusa no tour, mais parecia um aperitivo, de tão pequena. Nesse mesmo lugar, era possível fazer pescaria de crocodilo, onde amarra-se um pedaço de carne na ponta de uma vara, esperando que o bicho dê o bote. O barulho que as mandíbulas fazem ao fechar, é tão alto, que assusta. Imagina a força...

Passeio de canoa
Fizemos um passeio de canoas, onde os locais nos levam para passear e podemos apreciar um pouco de como eles levam a vida por aquelas bandas. Tudo muito simples, mas todo mundo sempre sorridente, o que me fez lembrar do Brasil.

Mais horas infindas no bendito ônibus, que mais parecia uma árvore de natal, com uma iluminação bem colorida, e chegamos a Can Tho, maior cidade da região do Mekong, e onde passaríamos a noite.


Os tours estão sempre preocupados com a quantidade de lugares. Eles pensam que se ficarmos parados, apreciando uma paisagem, acharemos ruim e que queremos ver o máximo possível, para dizer que valeu a pena. Unanimidade entre os turistas, queríamos fazer menos e curtir mais.

domingo, 22 de junho de 2014

Dia 92 - Curtindo sem pressa

Restaurante no Ben Than Market
Fomos almoçar no Ben Than Market, já que a experiência tinha sido extremamente agradável, principalmente na parte culinária. Tenho tentado experimentar de tudo, e até então, me surpreendi com a comida daqui. Não é muito apimentada, mas tudo a base de frituras. Almocei um macarrão com camarões e pedaços de carne que nem imagino o que sejam. A entrada foi rolinho de primavera e, até então, é o melhor que já comi. Dá de 10 a 0 no chinês.

As pessoas aqui não gordas por causa da gordura, mas o colesterol é altíssimo e esse sim, é o grande problema, já que é responsável pelas doenças cardíacas.
Almoço do dia - camarões com carnes
diversas e macarrão gorduroso
Almoçamos, perdemos alguns meses de vida, e continuamos a nossa caminhada até o War Remnants Museum. Esse museu conta a história da Guerra do Vietnã, e possui aeronaves, armas e fotos da época da guerra. Cheguei à conclusão que não quero tirar fotos relacionadas a guerras. Dei algumas voltas, fiquei impressionado com as fotos e barbaridades que soldados americanos cometiam contra os civis e saí o mais rápido que pude de lá.

Catedral de Notre-Dame
Andando em direção à Catedral de Notre-Dame, não, não estou em Paris, fomos parados por estudantes locais, que querem aprender inglês. Conversamos por um tempo, demos uma mini entrevista para eles, e conhecemos, por fora, a catedral. Por conta da colonização francesa, além de pagodas e templos, há várias igrejas católicas, algo diferente pelo sudeste asiático que é dominado por muçulmanos, hindus e budistas.


Realizamos a prova das camisas e ternos, para que o alfaiate realize os ajustes finais e voltamos para o hostel. Tentamos não dormir muito tarde, já que no dia seguinte faríamos o famoso tour pelo Delta do Mekong. Resolvemos fazer o tour de 2 dias, pois temos bastante tempo e não precisamos ficar naquela correria.

sábado, 21 de junho de 2014

Dia 91 - Uma grande loucura

Tecidos para ternos
O Vietnã é bem conhecido, pelos viajantes do sudeste asiático, como excelente opção para comprar roupas feitas por alfaiates. A principal cidade nesse circuito da moda é Hoi An, no centro-leste do país. Como, infelizmente não poderei ir lá, resolvi procurar alguns por HCMC, sigla para Ho Chi Minh City.


Tecidos para camisas
Encontrei um alfaiate com boas referências, próximo ao meu hostel e resolvi dar uma olhadinha. Um terno completo com o corte que eu quisesse, escolha do tecido, acabamento, tecido interno, sairia por cerca de USD103, e cada camisa por USD17. Um preço ridículo e tentador, ainda mais por serem roupas feitas sob medida. Encomendei um terno e 3 camisas, mas sabe Deus o que que eu vou fazer com esses bagulhos na minha mochila... Nikolai entrou no clima e encomendou um paletó.
Loucura ou não, esse terno será o que usarei para o próximo casamento que irei, o qual serei padrinho.


Nikolai na porta da
alfaiataria
Mais tarde, encontramos com um colega de classe do Nikolai que nasceu no Vietnã, se mudou para a Suécia ainda pequeno, e hoje mora na Inglaterra, onde estuda medicina em Sheffield. Tomamos umas cervejas na cobertura do nosso hotel e fui me preparar para assistir ao jogo Alemanha x Gana.

Coloquei minha camisa falsificada, comprada em Bangkok, tentei secar a Argentina, mas no finalzinho me desconcentrei, e fui com uns alemães assistir ao jogo em um bar. Sofremos e às 04:00 voltei para o meu hostel. Essa história de ficar assistindo aos jogos da copa está acabando comigo. Acordo todos os dias lá pelas 11:00; vida difícil.


sexta-feira, 20 de junho de 2014

Dia 90 - City tour


Monge dando uma de guia
Inicialmente, tinha planejado começar a viagem pelo Vietnã em Hanói e ir descendo até Ho Chi Minh, de onde parte meu voo para o Nepal. Essa opção seria extremamente cansativa, já que da capital vietnamita fica a mais de 1700km ao norte de Ho Chi Minh.


Coincidentemente, Nikolai e eu, ficaremos o mesmo tempo por aqui, então resolvemos agendar um tour pelo rio Mekong juntos, que seria mais divertido, já que ele também está viajando sozinho.

Vista da Bitexo Tower
Fomos fazer um passeio para conhecer um pouco da cidade e suas atrações. Ho Chi Minh é uma cidade bem modesta, com poucos arranha-céus, mas um chama atenção, por despontar no cenário bem plano da cidade, a Bitexo Tower. Como cobram VND200.000, BRL25, para subir na torre, resolvemos ir ao restaurante que fica no 51° andar, de onde já é possível ter uma vista da cidade, que nem pode ser comparada a metrópoles orientais como Tóquio ou Hong Kong, mas tem seu charme.

Frutas exóticas no
mercado
Continuamos andando e fomos parar em uma praça, em frente ao Post Office, onde há uma está tua do ex-presidente Ho Chi Minh, que desde 1975 cedeu seu nome para a cidade, anteriormente chamada de Saigon. Uma cena bem interessante, foi um monge tentando explicar para uma senhora um caminho. Não estava com a minha câmera, mas o celular conseguiu capturar o momento.

Artesanato no mercado

De lá partimos para o mercado Bem Thanh, um daqueles mercados municipais onde é possível encontrar desde souvenires até comidas típicas. Sempre rende boas fotos, compras e uma refeição econômica.
Caminhamos por cerca de 5 horas, voltamos para o hostel e de lá não saí, até o dia seguinte.


quinta-feira, 19 de junho de 2014

Dia 89 - Ho Chi Minh

Caos no trânsito - só estando lá
Combinei previamente com meu motorista de tuk-tuk, do dia anterior, que ele me levaria ao aeroporto, pela manhã. 08:30 em ponto ele chegou e parti rumo ao Vietnam.

Pela primeira vez, estou voando por aqui sem ser pela Air Asia, que é a companhia mais barata do sudeste asiático. Peguei um voo da Cambodia Airlines, que custou USD175, nada barato, mas não queria passar por mais sufocos de ônibus não. Cheguei em Ho Chi Minh City em menos de 1 hora, em um voo super vazio e tranquilo.

Estacionamento
Saindo do aeroporto, peguei o ônibus 152, que me deixou a pouquíssimos quarteirões do meu hostel. Um taxi teria custado USD15, BRL35, e o ônibus custou VND10.000, BRL1,25, uma diferença gritante. Foi uma senhora aventura, porque ninguém nem arranhava inglês e tive que me virar para saber onde descer – tudo certo no final.

Cheguei praticamente junto com um cara que ficaria no mesmo quarto que eu, de Trinidad e Tobago. Nunca tinha conhecido ninguém dessas duas pequenas ilhas ao norte da Venezuela. Ele se chama Nikolai e estuda medicina em Londres, mas estava no Camboja trabalhando voluntariamente em um hospital, por 7 semanas.

Fui dar uma volta pela região e me assustei com o caos reinante. A quantidade de motos aqui é absurda e elas não respeitam as leis, de forma que, enquanto você tenta atravessar a rua, elas vem de todos os lados. 
Comida vendida nas ruas
O macete é atravessar e manter uma velocidade constante, deixando que eles desviem. Uma loucura.

Saí junto com meu novo amigo e fomos em uma rua, muito famosa, onde os backpackers se reúnem, com cerveja baratíssima e comidas bem peculiares. Sentamos no chão, em um bar cheio de turistas, onde conhecemos duas norueguesas. Sentar no chão não é muito confortável, então fomos para um outro bar, com cadeiras de verdade, onde conhecemos um enorme grupo de irlandeses, que estão dando aulas de inglês em Ho Chi Minh.


Assistimos ao jogo do Uruguai e Inglaterra, que acabou 05:00, e todos estavam torcendo contra a Inglaterra – parece que há uma rixa entre os reinos, não muito unidos.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Dia 88 - Angkor Wat

Minha credencial -  USD20
Meu primeiro e último dia no Camboja, e não poderia deixar de passar algumas curiosas informações.

Angkor Wat
O principal meio de transporte é o Tuk-Tuk, uma motoca barulhenta que puxa uma carrocinha, onde vão os turistas. Quem me dera ter um chicote, seria uma cena memorável. A cada passo que se dá na rua, oferecem o transporte, com gesticulação estilo “dança da motinha”.

A moeda oficial é o Riel, mas como não vale nada, e ninguém gosta dela, o dólar americano é utilizado amplamente e, até mesmo nos ATMs, se saca dólar. No início achei que estavam querendo levar vantagem, mas fui descobrindo que é assim mesmo.



Fotógrafos aguardando o nascer
do sol - estava nublado
Ao contrário dos vizinhos, aqui se dirige do lado correto da rua, o direito. O único problema é que eu já estava habituado com o esquerdo, meus últimos 2 meses foram assim, então tenho dificuldades para atravessar a rua. Minha sina.


No dia anterior, combinei com um piloto de tuk-tuk, para ele levar a mim e ao japonês que está no meu quarto, para fazer um tour pelos templos budistas e pelo famoso Angkor Wat. Ele seria o nosso motorista, durante o dia todo – isso custaria USD9 para cada um de nós, um valor irrisório, tendo em vista o conforto e a tranquilidade. O valor não inclui o chicote.

Namoradeira
Acordamos 04:30, sim, muuuuuito cedo, para assistirmos ao famoso nascer do sol em Angkor Wat. Pena que estava nublado. 

O bom de chegar cedo é que a temperatura está mais aceitável, frente aos 30 e todos graus que fazem durante o dia, além dos templos estarem mais vazios, sem a legião de turistas enfurecidos e sedentos por fotos.

Nosso motorista
Os templos são realmente um espetáculo e sempre fica aquela dúvida de como culturas tão “primitivas” conseguiram construir tais maravilhas. Em um dos templos uma senhora muito peculiar me ofereceu dois cordões para colocar no meu braço, junto com outros dois que comprei na Indonésia e no Peru. Eu, normalmente, não deixaria, mas aquela oportunidade valeria uma bela foto.

Senhorinha peculiar


Saímos de lá por volta de 11:00, exauridos, e, a essa hora, o calor já era intenso. A sensação que tínhamos era que já eram umas 16:00, já que o nosso dia começou muito cedo. Valeu a pena e recomendo esse sacrifício.

Comprei o meu souvenir predileto, uma pintura de um rapaz que perdeu o braço em uma mina terrestre. Nessa mesma explosão, três pessoas morreram. É o souvenir mais incômodo do mundo, mas vou guardar, junto com outras quinquilharias que tenho na mochila.

Angkor Wat
Cheguei no hostel e dei graças a Deus de não ter ficado acordado a noite toda, para assistir ao empate do Brasil. Aqui, o jogo passou entre 02:00 e 04:00, bem agradável.


Terminei o dia em uma massagem tailandesa, que custou USD5, por uma hora.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Dia 87 - Ó céus

O busu e meu "almoço"
Cada vez que entro em um ônibus por aqui, tento me preparar para o pior, pois as estradas são precárias, os ônibus caquéticos e o trânsito insano, mas essa vez, tá de parabéns. 10 horas para percorrer 400 km.

Peguei o ônibus as 09:00 na rodoviária que, apesar de precária, tem wifi grátis. O ônibus parecia um carnaval, com umas cortinas e babados de gosto extremamente duvidoso, e ainda tínhamos um guia que não sabia quase nada de inglês. O trânsito não ajudava muito, pois a estrada estava em obras, provavelmente de duplicação, e em muitos trechos ficamos presos. 12:00h foi a primeira parada, onde comi umas porcarias e me reabasteci de água.

Continuamos nossa saga pelas estradas tailandesas, esburacadas e com semáforos, passando por vários vilarejos, onde a pobreza e sujeira eram assustadoras. Serviram um almoço no ônibus, comprado em uma 7 Eleven, que estava tão apimentado, que a maioria das pessoas não comeu... Claro!

Por volta das 14:00 chegamos à fronteira da Tailândia com o Camboja e descemos do ônibus. Essa seria a primeira vez que eu cruzaria dois países via terrestre (excluindo a Europa). A sinalização é muito confusa e uma placa que dizia “go to Cambodia” (ir ao Camboja) chamou a nossa atenção, pelo inglês mal escrito.
Passamos pelo duty free, risos, e sem querer entramos no Camboja, mais risos. Voltamos para fazer a imigração, enfrentamos uma fila e um calor insuportáveis, e para piorar, fomos extorquidos pela própria imigração do Camboja - a taxa do visto é USD20, mas cobraram USD25, porque, porque, porque sim.

Duty free
Aviso aos navegantes: além da taxa, é necessária uma foto do tamanho passaporte para imigração. Eu revelei (what?) várias antes de sair do Brasil, porque sabia que precisaria.

Depois do visto, chegou a hora de entrar oficialmente no país. Mais fila, energia acabou, calor, desespero e lágrimas. Vou passar a usar o leque que comprei para a minha mãe.

Mais uma etapa vencida, todos prontos, entramos no ônibus e saímos do ônibus. Ele quebrou na fronteira!!!!! A empresa de turismo mandou outro, e aí sim, continuamos a viagem.

Cerca de 19:00 cheguei ao meu hostel, cansado, desgastado e resfriado. Enquanto arrumava as minhas coisas, pois acordaria 04:30, para assistir ao nascer do sol em Angkor Wat, a energia acabou.
Sem mais.



segunda-feira, 16 de junho de 2014

Dia 86 – Wat Pho

Acordei cedo e me despedi do inglês, que ia voltar para Oxford, onde ele trabalha. Pra variar, todo mundo vai e eu fico para trás... Sempre vou por último.


Aproveitando a manhã, resolvi dar uma volta pela cidade e ir a alguns lugares que eu ainda não tinha ido, começando pela Golden Mount, um templo budista, de onde é possível ter uma boa vista da cidade. De lá, fui passear pela região, até chegar ao templo Wat Pho, onde está a famosa estátua do buda deitado, com cerca de 30 metros de comprimento.


No caminho fui interrompido diversas vezes por locais que queriam me ajudar, dizendo que o templo estava fechado e bla bla bla. Percebi que uns turistas estavam caindo na história, parei e os alertei que não tinha nada fechado. Se acreditaram ou não, não sei, mas por essas bandas, confio apenas em outros viajantes.
O calor continuava intenso, então voltei para o hostel, além do mais, na manhã seguinte eu iria enfrentar um longo dia, dentro de um ônibus, a caminho do Camboja, precisamente Siem Reap, onde fica o famoso Angkor Wat.

Reencontrei o alemão da noite anterior e descobri que ele é de Magdeburg, uma cidade super próxima a Wolfsburg. Sugeri de irmos ao shopping comprar uma camiseta falsificada da Alemanha, para assistirmos ao jogo a caráter – sim, o shopping vende mais coisa falsificada que originais. Pagamos TBH300, BRL25, compramos cervejas e assistimos ao chocolate que a Alemanha deu em Portugal. Já está mais que combinado de encontrarmos na Alemanha.

Não aguento mais ouvir “o que você está fazendo aqui? ”, quando digo que sou do Brasil. Todo mundo, sem exceção, fala que eu deveria estar na Copa, ou que adorariam ter ido, ou que tem vários amigos que foram. Realmente, assumo que gostaria muito de estar, não só assistindo aos jogos nos estádios, quanto participando voluntariamente. De qualquer forma, tudo visto do lado de fora é lindo e pelo que ouço através de amigos, não está tudo tranquilo e sereno não.


 
 
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