Oração de despedida |
Por algum
motivo, demorei muito para escrever sobre os meus últimos momentos no orfanato.
O alívio de deixar tudo isso para trás era enorme, mas ao mesmo tempo, um
enorme pesar por deixar as crianças.
O motorista
chegou 2 horas antes do combinado, então tive que terminar de empacotar as
coisas na mochila em velocidade recorde. A dificuldade de seguir um
planejamento, por aqui, é enorme. Ou chegam muito cedo, ou atrasam muito, ou
não aparecem. Cumprir o combinado? Jamais!
Despedi de
todos com o coração partido, enquanto um a um me entregava uma cartinha de
despedida. Entrei na van e todos acenavam para mim, enquanto sumíamos no
horizonte; cena de filme mesmo.
Junto com o
motorista, tinham duas garotas na van, que tinham acabado chegado do aeroporto.
Uma delas, Alessandra, era brasileira! Primeira brasileira que conheci no
Nepal, e última. Hehehe
Conversei com um pouco com ela e já assustei a menina, coitada. Mas como já
disse anteriormente, aqui é diferente de tudo que já vi.
Últimos momentos |
Chegamos no
hostel da organização responsável e nunca vi tantos voluntários por lá. Uma
festa e uma bagunça só. Europeus, americanos, chineses, brasileiros; a
verdadeira torre de papel. Por esse motivo resolvi passar uma noite por lá,
antes de ir para meu hotel, no centro de Kathmandu.
A coceira no
olho melhorou um pouco. Creio que era alergia a alguma coisa da casa onde eu
estava morando. Continuo pingando o colírio, só para garantir que estarei 100%.
Na parte da
noite, jogamos cartas e um jogo que cada um teria que falar uma palavra em uma
língua estrangeira. Começamos com alemão, onde os que não tinham muito
conhecimento da língua, se apegaram a palavras relativas à Segunda Guerra, tipo
Luftwaffe e Blitzkrieg. Passamos para o francês, e chegamos no português, um
fiasco total. Gosto muito da minha língua pátria, mas devido a sua irrelevância
no cenário internacional, creio que ela seja meio que inútil. Triste isso.
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