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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Dia 39 - Despedindo de Melbourne

Melbourne Central - detalhe do teto
Logo no penúltimo dia, foi o dia que eu acordei mais tarde. Quando fui olhar o horário no celular, torci para que fossem 7:30, mas eram 9:33... Até levantar, tomar café, malhar (sim, não posso perder a oportunidade), tomar banho e sair, eram 13:00.

Resolvi ir ao Queen Victoria Market, uma espécie de Mercado Central daqui, mas ao chegar lá, estava fechado. O maldito mercado fecha 14:00!! Muito frustrado comecei a andar sem rumo, passando por alguns parques e pela estação central de trens, Melbourne Central que é também um shopping. Entrei e me deparei com um teto em formato cônico, enorme, que valeu a entrada por acaso.


No caminho de volta passei por um carro que estava com adesivos da greensharecar. Eu já tinha ouvido falar nessa nova tendência de carros compartilhados, mas nunca tinha visto em lugar nenhum.

Carro do greensharecar estacionado
Possuir um carro custa caro, não só pela aquisição, mas combustível, estacionamento, que em grandes cidades com Melbourne pode chegar a AUD20,00 por dia, manutenção e impostos. Com o carro compartilhado, você paga uma anuidade e por utilização, mas nem combustível é necessário colocar. Ele pode ser agendado com antecedência de minutos e você utiliza por horas, ou por dia, ou pelo tempo que desejar, ao custo de alguns cafezinhos, como a propaganda diz. Estudos mostram que 1 carro compartilhado pode substituir até 15 carros nas ruas, porque quando você não está utilizando, por exemplo, quando está no trabalho, outra pessoa pode usufruir do carro. Vale a pena conferir no site www.greensharecar.com.au.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Dia 38 - Levando a preguiça a sério

Rolinhos recheados
Aquele dia chuvoso e frio que você decide não sair de casa. Foi um desses dias.

Precisava organizar minha ida ao Japão, que me tomou umas quatro horas de pesquisa intensa resultando em um ônibus de Tóquio para Kyoto. Espero que tenha sido a decisão mais acertada.

Sopa de carne

Saí do hostel e almocei em um restaurante vietnamita especializado em sopas, que eles chamam de pho. Como entrada, comi três rolinhos revestidos de casca de arroz e recheados de camarão carne de porco e legumes e o prato principal foi uma sopa com broto de bambu, pedaços de carne, cebola e umas folhas esquisitas. Excelente o almoço e a experiência, que custaram AUD20,50. O maior desafio de todos foi comer a sopa de palitinho que, após alguns minutos sem muito sucesso, foram substituídos por colher. O restaurante se chama Saigon Pho e fica na Lygon St, uma rua repleta de todos tipos de comida. Essa foi a única atividade externa do dia.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Dia 37 - Shrine of Remebrance

Shrine of Remembrance
Depois de um reforçado café da manhã, fui malhar, depois de nem sei quanto tempo sem exercícios. Começar o dia com uma atividade física é uma boa forma de acordar e sinto muita falta de praticar esportes.

Detalhe do teto piramidal com esculturas de guerra
Comecei meu turismo do dia pelo Shrine of Remembrance, um belo santuário, ao sul de Melbourne (caminhei por 30 minutos), que foi erguido após a Primeira Guerra Mundial, em memória dos que morreram. O lugar é enorme, cercado de jardins e, por ser mais elevado, tem uma vista panorâmica da cidade. Acompanhei um guia que explicou a importância desse tipo de local para as famílias dos soldados mortos, pois muitos foram enterrados em território estrangeiro, ou sequer tiveram os corpos resgatados. Antigamente era possível encontrar pessoas chorando a morte de algum ente querido dentro do memorial.

O santuário foi construído para que todo dia 11 de Novembro, às 11:45, data e horário oficiais do fim da Primeira Guerra, um feixe de sol entre por uma fenda no teto, iluminando a pedra fundamental por 12 minutos, exatamente no local onde a palavra “Love” está escrita. Por ser um evento anual, diariamente ele é reproduzido, por meio de lâmpadas, para que os visitantes vejam. Na pedra está escrito “Greater love hath no man”, uma passagem da bíblia que significa que não há maior amor do que dar a sua vida pela de um amigo.

Pedra fundamental do santuário

O memorial é muito bonito, a cerimônia emocionante, há 89.100 nomes de combatentes escritos em diversos livros, todos lutando por um ideal (tenho certeza que a grande maioria não queria estar lá), mas não consigo concordar com nada disso. Guerras não podem ser consideradas necessárias, mesmo entendendo que alguns benefícios advém dessas conquistas, mas na verdade uma geração inteira fica marcada ou por morte de parentes, ou de amigos, ou perda do lar. Me parece que esses belos e cerimoniosos memoriais são uma forma do Estado compensar a população pela sua incompetência diplomática. Não é o primeiro memorial que visito e nem o último, mas vale a reflexão.

Em frente ao memorial fica o Jardim Botânico que, pra quem conhece o Inhotim, mais parece um parque municipal.

Estava um pouco afastado da região central e ainda queria ir a um museu muito famoso aqui, chamado NGV (National Gallery of Victoria). Comecei a conversar com uma motorista de um daqueles ônibus de turista, que ficam rodando pela cidade passando pelos pontos turísticos, mas não estava disposto a pagar, então ela disse “para um brasileiro bonito eu não posso negar uma carona”. Que beleza!

NGV - National Gallery of Victoria
Fui ao NGV, que fica em um prédio bem diferente, mas o museu é apenas mais um museu. No piso inferior são as galerias de arte moderna e/ou exposições itinerantes. Nos pisos superiores há exposição de pinturas europeias, esculturas gregas, artefatos egípcios, ou seja, tudo que encontramos em grandes museus espalhados pelo mundo. De qualquer maneira, vale a visita, já que é de graça e tem wifi de graça, como todos os museus de Melbourne.

Estou me recusando a pagar o absurdo que o meu hostel cobra pela internet. AUD40 por semana ou AUD10 por dia!! Abusivo, mas pelo menos o de um dia eu devo usar, já que preciso organizar minha viagem ao Japão, que está próxima.




domingo, 27 de abril de 2014

Dia 36 - Australian Open

Rod Laver Arena
Em 2012 cometi um pecado que nenhum amante do tênis poderia cometer: ir a Nova Iorque e não conhecer Flushing Meadows, onde é realizado o US Open (Aberto dos Estados Unidos). Depois desse despautério, fiquei mais atento e não poderia perder a oportunidade de conhecer o Melbourne Park, complexo esportivo onde é realizado o Australian Open. O complexo fica a cerca de 10 minutos ao sul da Federation Square, principal praça de Melbourne.

Agendei o tour de 1 hora, que custou AUD15 e seria realizado na Rod Laver Arena, a quadra principal do complexo, onde ocorrem os jogos mais importantes. Começamos o tour e eu não esperava que eu fosse ficar tão empolgado e em alguns momento até um pouco emocionado.


Meus ídolos ganhando no mesmo ano
O tour inicia em um corredor com as fotos dos vencedores mais atuais e depois partimos para o vestiário, onde cada tenista tem o seu armário e, os principais, tem um armário cativo. Passamos pelos corredores onde, durante o evento, ficam televisões com resultados e as chaves de todos jogadores.
Armário do Roger Federer no vestiário
Os jogos mais divulgados pela imprensa são de duplas e simples, mas ao mesmo tempo acontecem jogos de deficientes físicos e infantis. O mais interessante é que estando lá, você percebe que é apenas um campeonato, onde os tenistas tem que correr atrás das informações, treinar, realizar o check-in na chegada, andar até as quadras (há várias quadras e não existem túneis exclusivos e elas não são interligadas, então os jogadores ficam transitando pelo local) – fico imaginando a loucura que deve ser durante o evento.


Vista da arquibancada
Subimos para o superbox, camarotes exclusivos que custam cerca de AUD100.000 e comportam 20 pessoas. A vista é boa, mas tenho certeza que assistir ao jogo nas arquibancadas, com outras 14.999 pessoas, deve ser bem mais emocionante. A quadra principal é utilizada apenas durante o Australian Open e no restante do ano fica coberta, sendo utilizada para eventos. Estava lá o palco onde ocorrerá um show do Michael Bublé em poucos dias, mas não pagarei USD250 por um show, não mesmo (mas a vontade fica).

Troféu de simples masculino
Conhecemos os troféus! Empolgante estar tão perto desses símbolos que foram levantadas tantas vezes, por tantos jogadores excepcionais. O masculino é o mesmo desde 1934 e tem o nome de todos os ganhadores, inclusive o do Wawrinka, que ganhou em 2014 – a propósito, o troféu era a única coisa atualizada, já que todos os outros murais e dados, eram referentes à 2013. Frustrante....
Todos os ganhadores recebem uma réplica perfeita do troféu, mas até pouco tempo era uma cópia reduzida, mas os franceses, metidos que só, decidiram passar a entregar na mesma escala, aí todo mundo teve que correr atrás.
Fato interessante sobre o troféu feminino é que ele foi roubado e ficou um tempo desaparecido, até alguém, com a consciência pesada, devolvê-lo, quebrado (atualmente está “colado”).

A concessão para o Australian Open permanecer em Melbourne, e não virar o Xing Ling Open, é até 2025, então melhorias e investimentos constantes tem (sem o acento circunflexo, levado por quem não tem o que fazer) que ser realizados. Atualmente contam com duas grandes quadras com coberturas retrateis e para 2015 serão 3, se tornando o único Grand Slam com 3 grandes quadras cobertas. Enquanto isso, Roland Garros continua tomando chuva – franceses... Vale frisar que o preconceito/antipatia/inveja em relação aos franceses não reflete a minha visão, apenas estou transcrevendo o que ouvi no tour.
Detalhe com o nome dos últimos
 vencedores
Terminamos o tour na sala de imprensa, onde dezenas de fotos clichês foram tiradas, mas a minha, só a minha, ficou um máximo.

Acabo de perceber que eu nunca tinha escrito tanto em apenas um post. Gostei mesmo do passeio, que ainda me levou AUD70 em souvenires, uma camiseta vagabunda e um boné.


Voltei para o meu humilde hostel, tem academia e hidromassagem no terraço, e pensei que meu dia estava terminado. Ficaria feliz em apenas jantar e dormir - os deuses riram de mim. Tive a pior experiência olfativa nos meus 20 e tantos anos de vida. Enquanto lavava a louça, uns asiáticos, de algum país que eu não quero ir mais, fritavam um peixe inteiro e o cheiro expulsou, da cozinha de 200m², todos os ocidentais para a varanda, onde agradáveis 7 graus, de bermuda e camisa polo, pouco importavam mediante ao cheiro indescritível. Uma canadense abandonou o prato e quase vomitou, enquanto um inglês ficou preocupado se, sair da cozinha daquela forma, não teria sido mal educado – francamente.

Direções dos outros três Grand Slams

Só mais um pouquinho do Australian Open, agora apresentando alguns dados extremamente relevantes:
- 70.000 salsichas são consumidas durante o evento;
- 390 gandulas são utilizados;
- 330 juízes “apitando”;
- Em 1977 ocorreram dois campeonatos;
- O complexo tem no total 38 quadras;
- 5 telões ficam espalhados pelo complexo exibindo as partidas de graça; 
- Se você leu até o final, tá de parabéns.








sábado, 26 de abril de 2014

Dia 35 - Curtindo Melbourne

Fila sem propósito - H&M
Apesar do clima não estar muito agradável, com chuvas intermitentes, vento e 15°C, resolvi passear para começar a entender um pouco de Melbourne.

Nos primeiros minutos já me deparei com uma cena inusitada, uma fila enorme na porta de uma loja. Seria lançamento do Iphone 9? Não, era a abertura de uma mera H&M, uma espécie de Renner melhorada. Caçoei das pessoas e continuei no meu caminho.

Artistas brincando de estátua
Artesanato, músicos, estátuas e todo tipo de artistas, eu vi nas ruas e tudo muito bem bolado. A cidade tem um clima artístico com vários museus, desde exposições Astecas, até exposições sobre os desenhos da Dreamworks (Shrek, Kungfu Panda) – tudo de graça, exceto a da Dreamworks, mas essa não me atrai em nada.

Recebi na rua um panfleto da Uniqlo, uma marca japonesa de roupas, e ao abrir, tinha uma foto do Novak Djokovic, o tenista número 2 da atualidade. Depois dessa, que caiu a minha ficha, que um dos Grand Slams é o Australian Open, em Melbourne. Obviamente vou lá conhecer as quadras!
Altar no Buddha's Day

Na praça principal da cidade, chamada Federation Square, estava acontecendo um evento budista chamado “Buddha’s Day” que celebra o aniversário do príncipe Siddhartha Gautama que depois se tornou Sakyamuni Buddha, o fundador do budismo. O evento contava com barracas que tinham comidas típicas do Vietnam, Malasia, Hong Kong, Taiwan e China.


Resolvi fazer um passeio noturno para tirar algumas fotos e fui surpreendido com um cantor solitário, levemente bêbado e desafinado, mas com bom gosto musical relevante. Simplesmente fotografei ao som de Sway (pra sentir saudade do Chile), Let it Be e My Way.

No caminho de volta para o hostel um taxista e um ciclista começaram a brigar no meio da rua e se engalfinharam no asfalto, mas isso não ofuscou meu fim de noite. Boa noite.




sexta-feira, 25 de abril de 2014

Dia 34 - #partiumelbourne

Mal cheguei em Sydney e já vou para Melbourne. Essa foi a maneira mais barata que encontrei de ir até lá, pela Tiger Air, uma companhia bem barata que cobra AUD1,00 por quilo de mala despachada – paguei AUD15 pelos 15 quilos da minha mochila.

Entrei na fila para o check-in e percebi que o voo não era 14:10, era 04:10pm. Me atrapalhei com os números e fiquei 2 horas de molho.
Anúncios de hospedagens
 e passeios

O aeroporto de Melbourne está em reforma, então cheguei em um portão improvisadíssimo, que mais parecia uma tenda. A opção mais barata de sair do aeroporto e ir para o centro da cidade é o Skybus (AUD18 apenas ida e AUD30 ida e volta). Esse ônibus leva as pessoas para uma estação no centro e da estação, há vários micro ônibus que levam até a porta dos hotéis, já incluso no valor do bilhete. Nessa estação tinham vários anúncios de hospedagem ou passeios, e logo abaixo, telefones para ligar e agendar; bem legal essa ideia.

Cheguei no hostel e fui para um bar há meia quadra de distância, onde a cerveja tinha gosto de manteiga (Carlton Draught, simplesmente horrenda) e custava AUD7- um roubo!


De repente, não mais que de repente, todos os meus cartões pararam de funcionar e eu tinha AUD 3 em moedinhas. Fiquei doido e enviei um e-mail para a gerente do banco, que me informou que o sistema ficou inativo o dia todo... Lição aprendida, vou deixar sempre um dinheiro extra na carteira, para não passar por esse tipo de situação mais.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Dia 33 - A primeira impressão é a que fica

Bem vindo à Austrália! Estava um pouco cansado da falta de coisas para fazer em Auckland e coloquei as expectativas lá no alto para Sydney e Melbourne.

Acordei atrasado para embarcar e saí igual um maluco para pegar o Airbus, o ônibus que leva do centro ao aeroporto de Auckland. Passei pela imigração (fui atendido por um agente descendente de português, que ficou super satisfeito de falar português comigo) e fui direto para a sala VIP tomar meu café da manhã e terminar de acordar. Agradeço todos os dias pelo cartão Diners que o Citibank me deu, porque com ele estou podendo entrar nas salas VIP e economizo uma grana que gastaria em comidas e bebidas no aeroporto.

Cheguei em Sydney e peguei o trem que leva do aeroporto para a cidade. Achei um pouco desconfortável, porque ele não tinha espaço específico para quem está viajando, então as malas ficam no corredor, o povo tropeça, uma confusão!

Fiz check-in e fui passear pela cidade; e que cidade... Em poucos minutos de caminhada já dava para perceber o abismo que separa a insossa Auckland da vibrante Sydney. Restaurantes cheios, parques lotados de crianças, atrações a cada esquina e um mercado bem peculiar.

Maior ventilador já visto 
Esse tal mercado foi o ponto alto do meu curto dia (não estou com pressa, pois vou a Melbourne primeiro e depois tenho 6 dias inteiros por aqui). O Padymarket é uma mistura de Shopping Oiapoque com 25 de Março e Minas Shopping. Uma confusão, tudo quanto é badulaque e souvenires, relógios, roupas, calçados, chinesinhos gritando entre si... Um paraíso! Lá também pude encontrar o maior ventilador que já vi, com uns 2 metros e pouco de diâmetro. No piso superior funcionam alguns outlets onde comprei algumas coisas que estavam com o preço muito bom.

Amanhã embarco para Melbourne, mas já quero voltar para conhecer Sydney de verdade e, parte dessa aventura, será com minha querida amiga Priscilla, que, coincidentemente, estará aqui no próximo final de semana – espero que ela não esqueça as muambas que pedi para ela trazer do Brasil.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Dia 32 - Um mês na estrada

Dia 23 de Março saí do Brasil rumo a essa jornada, exatamente um mês atrás. Já vi tanta coisa, tanta gente, tantos fatos interessantes que parece que tem muito mais! Fico imaginando lá pelo sétimo mês. Bom que estará tudo registrado no blog.

Fiz um levantamento interessante dos números do último mês

Países visitados
4
Viagens de ônibus
7
Cidades visitadas
15
Hospedagem em hostels
12
Quantidade de decolagens
6

O levantamento mais importante é o de gastos, mas ainda tenho medo de consolidar o número. Depois divulgo.

Aproveitei o dia para fazer lavanderia de quase tudo, já que só tinha 1 camiseta limpa e algumas peças estavam sem lavar desde, desde, desde muito tempo (nem tudo precisa ser revelado).

All Packed! Next stop: Sydney

Dia 31 - Pé na estrada

Depois de tanta diversão, era hora de voltar para Auckland e me preparar para Austrália. O hostel me desovou no centro da cidade as 10:00 e meu ônibus era 14:10. Ônibus não são muito populares por aqui e existem apenas duas companhias principais, Naked bus e Intercity. Ambas oferecem um serviço mediano comparado aos excelentes ônibus do Peru, mas todos os ônibus tem cinto de três pontos. Achei isso fantástico, já que no Brasil o cinto é de dois pontos e foi difundido há pouco tempo.


Enquanto esperava o tempo passar fui há várias lojinhas de souvenir e me assustei com os preços. Qualquer bobaginha vagabunda custa NZD 8, 10. Comprei nada e fiquei tomando sol no banco da praça, assistindo a uns episódios de Modern Familly que eu tinha baixado – diversão garantida.

Cheguei no hostel de Auckland, o terceiro que eu fico, porque são todos ruins e eu estava tentando conseguir algum decente, que, com certeza, é o melhor que fiquei em Auckland, apesar do quarto não ter janela; a mania de se fazer cômodos sem janela é irritante.

Estamos no quarto dois chilenos, um dinamarquês e um alemão. Essa torre de babel eu acho fantásticas. Cada um comentando um pouco sobre o seu país e costumes... bem legal.


segunda-feira, 21 de abril de 2014

Dia 30 - Bay of Islands

Kat planejou tudo! Iríamos para uma cidade chamada Paihia, faríamos um tour de barco, onde seria possível nadar com golfinhos, voltaríamos para a ilha e depois iríamos jantar em uma praia vizinha.

Não canso de me surpreender como que alguém pode doar tanto do seu tempo e energia para um desconhecido. O melhor de tudo, é que o jantar e os passeios foram de graça, porque ela ganhou os cupons em uma promoção de estação de rádio.

O barco que pegamos tinha capacidade para umas 30 pessoas, mas, por algum motivo, éramos apenas 9, tornando o passeio personalizado e muito mais divertido. O objetivo maior era achar os golfinhos, mas caso o grupo contivesse filhotes, a legislação local proíbe que nademos com eles. Após mais de duas horas de busca, encontramos um grupo com cerca de 15 golfinhos e, obviamente, com filhotes. Nunca tinha visto golfinhos e fiquei impressionado com o tamanho do bicho, pois são bem maiores que eu imaginava.
Nadaram ao redor do barco, mas não fizeram muita festa não, apenas batiam as caudas na água como um sinal de “vão embora do nosso território”.


Depois de 4:30h de passeio, voltamos para a ilha e fomos a um restaurante chamado Duke of Marlborough, que foi considerado o melhor restaurante da região de Bay of Islands. Foi a melhor experiência gastronômica na Nova Zelândia que tive. Comemos um peixe extremamente fresco e muito bem preparado, com uma taça de vinho branco da região e a sobremesa foi uma torta de limão e um pequeno bolo com chocolate belga e castanhas – impecável! Esse jantar era para ter custado  NZD111, mas pagamos apenas NZD21, por causa do cupom. Valeu Kat!!

Voltei para o hostel e não soube nem como agradecer à tamanha gentileza, mas espero que nas andanças dela pelo mundo, pessoas sejam tão gentis e prestativas com ela, quanto ela foi comigo.



domingo, 20 de abril de 2014

Dia 29 - Whangarei

Acordei super cedo para pegar um ônibus e ir encontrar com a Kat, uma amiga kiwi (todos os nativos da Nova Zelândia são chamados de kiwi, uma referência ao pássaro esquisito, sem asas, e de bico alongado que é símbolo nacional) que conheci no voo de La Paz para Santiago.
Impressionante a capacidade de algumas pessoas em serem gentis... Ela me buscou na estação de ônibus com suas lindas meninas, Erika e Willow ( 5 ¾ e 3 ½ , idades que elas me falaram). Aos 25 anos, Kat é mãe de duas meninas e já passou por um divórcio. Saímos da estação e fomos a uma praia totalmente deserta fazer um picnic e aproveitar o dia que estava ensolarado. Obviamente que 1 hora depois começou a chover e fazer frio, mas tivemos nossa bonança.

Fiquei no hostel e conheci uma figura bem interessante que está dividindo o quarto comigo. De nome impossível de ser escrito no alfabeto romano, vamos chamá-lo de Ahmadinejad.
Ahmadinejad tem 54 anos e é filho de indianos, nasceu na África do Sul e atualmente trabalha em Auckland no Ministério de Bem-Estar Social, tradução livre. Extremamente entendido de políticas exteriores, ele sabe tudo que está ocorrendo no Brasil (Petrobrás e o movimento “não vai ter copa”), me explicou o motivo da quantidade de asiáticos em Auckland e o porquê dos preços serem tão elevados e ainda comentou os movimentos do presidente anterior do Chile para beneficiar suas companhias. Fascinante...

Aqui no norte da ilha, tudo fica longe, mostrando que quem não tem carro não sobrevive nessa terra. Andei 800 metros para chegar a uma vendinha da pior qualidade, que me cobrou um absurdo por meia dúzia de coisas. Ao comentar com Ahmadinejad o ocorrido, ele se prontificou a me levar de carro a um supermercado...


sábado, 19 de abril de 2014

Dia 28 - O que te faz feliz? by propaganda do pão de açúcar

Resolvi agendar o bungy jump de supetão, porque se eu parasse para pensar, nunca pularia de ponta cabeça no mar com uma corda amarrada em mim.


No caminho para o salto, conheci duas brasileiras que estão procurando emprego na Nova Zelândia. Ainda me impressiono com a quantidade de pessoas do mundo inteiro nessa situação. Quem tem menos de 30 anos tem facilidade para retirar o visto de trabalho por 1 ano, então, está aí o resultado desse incentivo.

Conversando com essa porção de gente, percebi que a insatisfação com a vida padrão é generalizada e não tem fronteiras. Estamos todos procurando uma saída para escapar do óbvio e sermos felizes da maneira que achamos melhor, não como foi ensinado e, me parece, que sair de casa e viajar é a maneira mais fácil, apesar de difícil, de encontrarmos o que realmente nos faz feliz.

Assumo que não sei o que me faz feliz, mas estou me divertindo imensamente procurando. Vai ver que é isso mesmo...

Pulei da maldita ponte e logo depois desmarquei meu salto de paraquedas. Nunca senti tanto medo e no momento de pular, não vi propósito em pagar uma fortuna para me jogar de uma ponte. Tive a experiência, estou satisfeito, mas não preciso testar todas as outras maneiras estúpidas de morrer, pelo menos por enquanto.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Dia 27 - Terra das oportunidades

Durante minha estadia conheci brasileiros, estonianos, israelenses, americanos, europeus e várias outras nacionalidades que vieram para a Nova Zelândia trabalhar temporariamente, ou buscam se tornar cidadãos neozelandeses. A grande maioria dos empregos é em colheita de frutas, bares e restaurantes, onde os jovens tentam sair um pouco da monotonia da terra natal e buscam explorar um país pouco conhecido, longe de tudo e com belezas naturais incríveis. Há uma quantidade imensa de anúncios de carros que as pessoas compram para viajar pelo país e depois revendem – hodômetros com 200.000 km, 300.000 km rodados.


Jovens que vem simplesmente para passear são raros, totalmente explicável, já que é o país mais caro que já visitei. Uma pequena compra que fiz no supermercado me custou NZD28 !!!

Com esses preços abusivos desisti de ir ao zoológico e fiz um passeio econômico, indo a Devonport, uma ilha que fica a 10 minutos de barco do porto de Auckland.
De Devonport é possível ter uma visão incrível de Auckland e, com o dia ensolarado, ficou melhor ainda. Pensei em alugar uma bicicleta para explorar a ilha, mas por NZD14 a hora, desisti. Melhor coisa foi não ter alugado, porque o principal ponto turístico fica no topo de um vulcão extinto, então a magrela seria mais uma coisa pra eu carregar...

Novamente fui às compras e comprei alguns itens pela embalagem, já que tudo era em chinês, ou japonês. Já vou treinando para as próximas etapas da viagem.

Outra curiosidade daqui, já me avisaram que a Austrália é a mesma coisa, é que não existe internet ilimitada de graça. No hostel paguei NZD10 por 7 dias ou 1GB, Starbucks, aeroporto, shopping,  você usa por 30 minutos por dia ou 30MB – povo miserável!

Como meu dinheiro aqui não vale nada, estou com a conta corrente negativa e só posso resgatar fundos dos investimentos em dias úteis... oh céus!



quinta-feira, 17 de abril de 2014

Dia 26 - Auckland Museum


Choveu a noite inteira, acordei com chuva e até umas 11:00 ainda chovia. Depois de dois dias com um apetite limitado, me deu vontade de tomar um bom café da manhã e recorri ao aplicativo do TripAdvisor para encontrar algum local perto - encontrei o Alleluya Bar & Cafe. Comi um bagel com salmão e cream cheese, suco de pêssego e ainda mandei um doce de canela. Muito tempo que não me alimentava e mesmo pagando NZD21 pela refeição, achei que valeu a pena.
O nível de civilidade é tão grande que depois de comprar o ticket, simplesmente entrei no museu sem que verificassem se eu tinha ou não a entrada.



Saí de lá e fui ao Auckland Museum, que fica dentro de um parque e o transporte público te deixa a uns 4 quarteirões de distância. Em grandes cidades os museus ficam bem visíveis, mas aqui, onde as pessoas dirigem do lado errado, o museu, com seu prédio imponente, fica escondido; normal.

O museu tem tudo! Desde barcos Maoris, dinossauros, um avião da segunda guerra, até uma exposição de cadeiras. É uma forma de ter tudo em um só lugar, mas acho que fica muito misturado, pois quando você assusta, sai da exposição de arte pre-colombiana e entra no holocausto.
Os entalhes Maoris na madeira só serviram de inspiração para a tatuagem que estou querendo fazer, mas ainda não tive coragem.
Saindo do museu, aproveitei que, finalmente, não estava nublado nem chovendo, então pude ver o céu e o sol desse lado do mundo - igualzinho ao nosso...

Estou tentando agir de forma mais despreocupada e deixando as definições de locais e reservas para o mais tarde possível, mas isso vem me atrapalhando um pouco. Não vou poder ir para o norte da ilha amanhã, como queria, porque não há mais ônibus e nem hospedagem. A partir de agora terei 1 semana a frente planejada, para que a incidências dos incidentes (hehehe) diminua.

Superei as 20:00 e fui dormir mais de 22:30!! Em tempos de jet lag isso é uma senhora vitória.



quarta-feira, 16 de abril de 2014

Dia 25 - O vigésimo quinto dia

Acordei 05:00 com o corpo doendo de tanto ficar deitado e estava me sentido relativamente bem. O Vicente me mandou umas sugestões de novos layouts para o Blog e resolvi mudar. Deu uma trabalheira enorme, mas valeu a pena, e agora o blog parece menos amador.


Há um parque aqui chamado Mt. Eden, de onde é possível ver toda a cidade em 360°. Me falaram que era uma caminhada rápida até lá e eu acreditei - 30 minutos para chegar lá e mais 30 para subir. O tempo continuava nublado e ventando muito, então eu já sabia que as fotos ficariam sem cor, uma pena, já que a paisagem é realmente incrível.

Saí de lá e almocei no único restaurante que não fedia a fritura ou curry. Não consegui comer muito, mas pelo menos estou me alimentando melhor, já que ontem, nem comer eu comia.


Auckland me parece uma cidade sem identidade e quanto mais ando, mais sinto isso. A quantidade de asiáticos é incrível!!!! Todas as lojas, todas esquinas, todos bares são dominados por eles (os donos do meu hostel são chineses e os atendentes também). Com 1,5mi de habitantes, dos 4,5mi totais da Nova Zelândia, a estrutura da cidade está muito além da capacidade de preencher esses espaços. Bares, restaurantes, transportes públicos, parques, avenidas, todos muito vazios e tranquilos - vi dezenas de lojas e galpões para serem alugados. Esperava uma cidade grande, vibrante e cheia de opções, mas estou apenas em mais uma cidade bonita, onde as pessoas dirigem do lado errado.

Começou a chover: previsão de chuva para os próximos dois dias...

terça-feira, 15 de abril de 2014

DIa 24 - Jet lag realmente existe

Já tinha lido várias matérias e explicações sobre jet lag, mas imaginava que, por algum motivo qualquer, eu jamais sofreria com esse problema; ledo engano.

Um voo de 13 horas pela noite, das quais dormi umas 4, somado ao fuso horário 15 horas à frente, tornaram o meu dia extremamente difícil e confuso. Sonolência, irritação, leves tonturas, falta de apetite foram apenas alguns sintomas que tive. O problema do jet lag é que o seu corpo está cansado e quer repouso, mas a sua mente percebe que ainda é dia, portanto deve permanecer acordada. No meio dessa confusão, você fica detonado.

Cheguei ao hostel por volta das 06:00 e toquei campainha umas 25 vezes, até parar alguém na rua, pedir o celular emprestado e ligar para o dono, que me passou o código para que eu pudesse abrir a porta e aguardar na área comum, já que a recepção funciona a partir das 08:00. Comecei bem o dia.

Deixei minha mochila no locker room e resolvi dar uma volta pela cidade para ter uma ideia de onde estou. Andei pela principal rua do centro, chamada Queens St., que é muito bonita, cercada de prédios e lojas caras como Gucci e Louis Vuitton. Ao final dessa rua tem o porto, onde um transatlântico monstruoso estava atracado, ofuscando tudo ao seu redor.

O clima está bem desconfortável. Nem um raio de sol e muito, mas muito vento, que faz a sensação térmica ser bem inferior aos 17°C atuais.
Até então, o que mais me chamou atenção foi a quantidade de asiáticos que vi. Pensei que fosse talvez a minha região
, mas não, Auckland está tomada por eles e há lojas e restaurantes por todos os lados. O pior de tudo que muitos não sabem falar inglês, mesmo jovens!

Depois dessa longa caminhada, passei em um parque que tinha umas árvores bem diferentes, com
troncos retorcidos e secos, e logo depois voltei para o hostel, de onde não saí mais.


Me segurei para não dormir e deitei por volta das 20:00 (05:00 no meu horário antigo), pois não aguentava mais ficar acordado.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Dia 23 - O dia que o fuso horário comeu

Passei o dia em um avião e o restante dele o fuso horário levou, então o dia 14/04/2014 não existiu pra mim.

Ao embarcar me ofereceram USD1250 para pegar o voo do próximo dia, pois o meu estava com overbooking. Tive que negar, pois não sei quais são as condições do meu ticket em caso de remarcação pela própria companhia e fiquei com medo de dar algum problema. Vou ler tudo sobre essa passagem para que no futuro, caso aconteça essa mesma situação, eu não tenha medo por ignorância, mas saiba das reais implicações da mudança.

Novamente me esbaldei na sala vip, comi e bebi até cansar e, se quisesse, poderia ter até tomado banho.

domingo, 13 de abril de 2014

Dia 22 - O Corinthians de Santiago


Terremoto na véspera de vir ao Chile, incêndio sem precedentes em uma cidade que estive há poucos dias, Colo Colo campeão nacional de futebol. Essas foram as tragédias que testemunhei em poucos dias de viagem. Devo mudar o nome do blog para “Pedro, o cavaleiro do apocalipse”?

Levantei e fui me preparar para ficar mais um dia por conta de voo. Meu check-out era 11:00 e o voo 23:55. Pra piorar meus amigos foram embora antes de mim, tornando o dia mais entediante ainda. Vou pegar um voo com duração de 13 horas, mas por conta do fuso horário, gasto 28 horas.

Enquanto almoçava percebi que estava passando um jogo de futebol e os torcedores estavam bem exaltados, cantando, gritando... Colo Colo se sagrou campeão chileno com duas rodadas de antecedência. Descobri que a comemoração seria a 100m do hostel e comentei com o recepcionista que iria. Ele disse que “o Colo Colo é o Corinthians do Chile” e que sempre dá confusão nessas comemorações. Não deu outra.

Pela varanda conseguia ver parte da festa, que começou pacífica, mas em pouco tempo caminhões com jatos d’água, motos e blindados da polícia tomaram conta da praça. Torcedores jogavam pedras do tamanho de tijolos contra a polícia que revidava recuando ou com jatos d’água capazes de derrubar um adulto com facilidade. Uma selvageria que eu nunca tinha testemunhado.

Um momento que era pra ser festivo e de confraternização entre os torcedores se tornou um campo de batalha. Não consigo entender o que leva às pessoas agirem dessa forma e qual a necessidade de tamanha violência. Lamentável.




sábado, 12 de abril de 2014

Dia 21 - Almoço fatídico

Foto: Vicente Freitas
Minhas roupas limpas estão acabando. Conversei com o pessoal da recepção do hostel e aqui não tem serviço de lavanderia. Lamentável, já que isso facilita muito a vida do mochileiro que não tem um suprimento infinito de roupas limpas. Me indicaram uma lavanderia e após 15 minutos de caminhada carregando uma trouxa de roupas pelas ruas, cheguei lá.

Tanto no Peru, quanti aqui no Chile, as lavanderias são diferentes das americanas e europeias. Você deixa sua roupa lá e busca no fim do dia, ao invés de esperar o serviço ser feito pelas lavadoras e secadoras. Paguei CLP5.500 pela lavagem, sendo que 500 apenas pelo uso de amaciante.

Foto: Vicente Freitas
O pessoal estava cismado em conhecer um dos melhores restaurantes de Santiago, chamado “Como Agua para Chocolate”, igual ao filme. O restaurante é muito bonito, com pratos atraentes e preços salgados.

Comemos um Frango Saboroso do Himalaia (tradução livre do nome de prato mais rebuscado que já vi) e uma mistura de carnes de boi, porco, frango e frutos do mar (não era paella). Os pratos estavam razoáveis, sendo que a carne de boi tinha passado do ponto e um pedaço do frango estava cru – considero esses erros primários e, para um restaurante desse nível, o suficiente para eu dizer que fiquei insatisfeito. Reclamei com a garçonete, enquanto Vicente e Luiz se contorciam de vergonha.

A medida que os preços aumentam, meu nível de exigência sobe na mesma proporção. Se comprei um sanduíche de BRL2,00 e não gostei, levei o que paguei, mas, se por outro lado, pago CLP19.200 (cerca de BRL83,00) em um almoço que não atendeu às expectativas e não entregou o que prometia, pode ter certeza que vou reclamar independentemente de onde estiver. Estou no meu direito e dever de consumidor e, disso, nunca abrirei mão. Creio que o conformismo fez com que Brasil chegasse ao alarmante nível de corrupção que vivemos hoje e à essa bandalheira que são os três poderes – mas isso não vem ao caso.


 
 
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