O lago Titikaka é o lago
navegável mais alto do mundo, localizado a 3.800 metros de altitude. 44%
pertence à Bolívia e o restante ao Peru.
Cheguei 06:10 no hostel, depois
de 8 horas de viagem de ônibus. Mais uma vez utilizei a Cruz del Sur, que
apesar de ser mais cara, o ônibus é confortável e seguro. Existem dezenas de
outras empresas que cobram até mesmo metade do preço, mas não há a certeza de
se chegar são e salvo ao destino.
Assim que cheguei descobri que
tinha um tour pelo lago que durava de 07:00 até 17:00 e visitava as ilhas
flutuantes e uma ilha natural. Topei na hora, troquei de roupa (já estava há
mais de 24h sem banho) e embarquei, sem banho, mas com roupa novinha.
Primeira parada foi nas ilhas
flutuantes de Uros, há cerca de meia hora de barco. As ilhas são artificiais
feitas de uma planta chamada totora
que serve para alimentação, artesanato e construção de barcos. Uma espécie de
juta. A principal atividade econômica dessas ilhas é o turismo. Os barcos
atracam com cerca de 22 turistas que compram artesanato que ajuda no
mantenimento daquela sociedade. São dezenas de ilhas que tem uma vida útil
média de 25 anos, após isso, afundam e novas são construídas.
Uma coisa que me intriga muito no
Peru é a altura nas pessoas. Com 1,83m me sinto um gigante em meio aos locais.
Ainda não descobri o motivo dessa baixa estatura, mas em meio às minhas elucubrações,
creio que podem haver algumas explicações plausíveis; 1- as crianças são carregadas
pelas mães em “sacos de pano” e ficam bem comprimidas, impedindo que andem e se
desenvolvam. 2- em cidades com grandes altitudes há menos oxigênio, então um
corpo menor precisa consumir menos oxigênio. 3- ao contrário do Brasil, ocorreu
pouca mistura étnica com estrangeiros (europeus, africanos) e seus antepassados
tinham baixa estatura. Ou podem ser que
sejam todos esses fatores junto, ou só falei bobagem.
Saímos de Uros e fomos para uma
ilha natural localizada há 2:30 de distância. Subimos um morro inacreditável (a
essa hora já estava há mais de 3.900 m de altura), almoçamos e voltamos com
mais 2:30 de barco. Esse tour guiado apenas confirmou algo que eu já sabia, que
eu tenho pouca aptidão em me locomover com grandes massas. Resumindo, odeio
grupos. Em grupos você perde a identidade e a vontade, apenas faz o que o guia
quer e fica naquela procissão. Tô fora!
Mais 2:30 pra voltar para terra
firme e fiquei amigo de duas canadenses que precisaram do meu portunhol fluente
e macacoide para comprar passagens de ônibus. Saímos para jantar em um
restaurante CHIFA (chinês com peruano), extremamente popular no Peru, onde ao
verem o dono, começaram todos a conversar em mandarim. Os pais de ambas eram
chineses que vivem no Canadá e elas receberam ambas educações. O chinesinho
dono do restaurante ficou tão feliz que toda hora ia na nossa mesa, levava
comidas para provarmos e fez um verdadeiro banquete há um preço ridículo.
Nessa história toda das
canadenses uma coisa me chocou. Ainda existe uma ignorância enorme de
estrangeiros com relação ao Brasil e às Américas. Elas não sabiam que no Brasil
se falava português e achavam que dizer South
America ou South U.S. era a mesma
coisa!!!!!!!!!! Já tinha me deparado com situações em que pessoas não tinham a
menor ideia do que se passa nas terras tupiniquins e adjacências, mas South U.S. foi campeã. Ri muito e dei
uma aula de geografia.
Gostei das muitas cores da população local. Ps.: Tadinhas das canadenses, tou me debatendo com tanta ignorância! kkkk
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