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terça-feira, 8 de julho de 2014

Dia 108 - Lamatar, dia 1

A criança mais doce do orfanato
Primeira noite, relativamente bem dormida, graças às adaptações que fiz. Acordei, coloquei meu colchão, travesseiro e coberta no sol, e lavei minha roupa de cama. Tudo na mão mesmo, mas não me importo, apenas quero ter uma noite mais confortável.

Senti um cheiro de bicho morto, muito forte, e descobri que colocaram veneno para matar os ratos, ao invés de armadilhas; bando de mula. Quero ver agora, como que vão fazer para tirar o/os cadáveres do forro – tenho o pressentimento que vai ficar tudo por lá mesmo, apodrecendo e infestando o segundo andar com aquele cheirinho de Natura Mamãe e Bebê.

Tentei tirar algumas fezes de rato que estavam pelo chão do meu quarto e fui tomar café da manhã, às 09:30, mais de 14 horas depois da minha última refeição. O café da manhã era igual ao jantar, com arroz, sopa de lentilha e legumes.

Enquanto lavava louças junto com a Kat, sim, faz parte do trabalho, tive a péssima notícia que ela vai para a casa da responsável pelo projeto, hoje, e volta só na sexta-feira. Como as crianças estão em férias escolares, a mãe de todos, leva parte deles para sua residência, em Kathmandu, e as crianças revezam indo apenas algumas por vez. No total, são 16 crianças no orfanato, mas nem todas são órfãs. Ainda estou entendendo como isso funciona e porque estão aqui.

Fiquei de olho se iria ou não chover, pois, pior do que cama mofada, é cama molhada. Por duas vezes corri para tirar minhas coisas da chuva, mas eram apenas os Deuses chorando de rir de mim, e da minha correria.

Minha mãe me enviou uma mensagem desesperada, dizendo para que sair correndo daqui, depois que ela leu meu último relato. Acalmei dona Olga e disse que as minhas expectativas em relação ao projeto, eram minhas e se me desapontei, o problema era meu, não daqui. Dezenas de outros voluntários passam por aqui, e já vi que o início é doloroso mesmo, mas depois tudo de ajeita. Força na peruca!

Brinquei um pouco com as crianças e percebi que várias delas tem problemas respiratórios, provavelmente causados pelo mofo, que domina tanto a casa dos voluntários, quanto o orfanato. Estive lá por breves momentos, mas ainda não tive a coragem de entrar e explorar a casa.
Uma delas, uma menina de 5 anos, me chamou atenção, por ser um doce só. Tirei várias fotos dela, que estava meio tímida no início, mas no final, ficava pedindo para eu tirar fotos e mostrar pra ela. Dois cachorros apareceram por aqui e ficamos brincando com eles, mas dois outros meninos chegaram e tentaram bater nos cachorros, com pedradas e varas. Minha vontade era de fazer a mesma coisa com eles, pros pestinhas aprenderam, mas apenas mostrei para eles que os cachorros são amigáveis, fiz carinho em um deles e depois me seguiram – tudo é uma questão de exemplo.

Os hindus acreditam que, antes de nos tornarmos humanos, vivemos 8,5 milhões de vidas, como outros animais/insetos, e a última, é cachorro. Mesmo assim atormentam os pobres coitados dos cães. Devem estar querendo acelerar o processo... Pelo menos essa é minha desculpa para matar todos os insetos que se movimentam perto de mim, exceto os que são predadores de outros insetos.

A roupa de cama que lavei, secou, então coloquei de volta na cama, que, aparentemente, está com um cheiro aceitável, de sabão em barra de 5ª categoria, mas nem acho ruim.
Aqui o chuveiro é aquecido por energia solar, então tomei banho por voltas das 16:00, quando já tinha bastante água aquecida no reservatório – melhor banho que tomei no Nepal, até então. Hurra!
Pôr do sol
Assisti ao pôr do sol da varanda do segundo piso, que tem uma vista incrível, para a grande e primorosa Kathmandu.

Jantei arroz, sopa de lentilha e vegetais, só para variar um pouquinho. Infelizmente não assistirei ao jogo do Brasil, por que não tem TV aqui e o pessoal não tem muito boa vontade também.

Um dia tranquilo, mas confesso que ter meu computador, celular e uma internet intermitente, ajudam demais. No último dia em Kathmandu, peguei alguns filmes e seriados de uma irlandesa, então tenho bastante munição para ajudar a passar o tempo.

E vamo que vamo. Boa sorte seleção!!!

1 comentários:

  1. ainda bem que vc nao viu...ia infartar e nao iria conseguir terminar a viagem! vi que ninguem te mandou mensagem por aqui...eu temo que eu serei a portadora da noticia mais devastadora da historia do futebol: a seleçao subiu no telhado e despencou do sétimo andar!
    A Alemanha enfiou 7 gols na nossa rede. Primeiro gol -> brasileiro atônitos, segundo, terceiro e quarto gol -> brasileiros zumbis, quinto, sexto gol -> chegamos ao hexa e ....sétimo gol...RIP Brasil. Fizemos um golzinho no final do segundo tempo só pela amizade... senta e chora. (ps: nao eh brincadeira, eu juro!)

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