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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Dia 110 - Lamatar, dia 2

Casa onde ficam as crianças
Que desastre! Acordei com a mensagem “7x1 para Alemanha”. Como assim? Ainda bem que não assisti ao jogo, senão teria ficado extremamente frustrado e envergonhado.

Tragédias a parte, depois do café da manhã, Kat reapareceu. Ela me contou que ficava a toa em uma casa, no meio do nada, enquanto as crianças assistiam TV, em nepalês. Além disso a comida era terrível; para ela reclamar que a comida era terrível, a coisa foi feia...

Fui para o centro da cidade comprar água e qualquer tipo de comida que me ajudasse a sobreviver por aqui. Por algum motivo, estava tudo fechado e apena uma lojinha, bem vagabunda, aberta. Comprei água e chocolates para dar às crianças, que adoraram a surpresa. Lembrei também dos maiores, com 12, 16 anos, afinal, todo mundo gosta de um mimo.

As crianças aqui são bem afetuosas e alegres. O orfanato é simples, mas oferece tudo que elas precisam, desde alimentação, até abrigo. Fui passear no interior da casa onde elas vivem e, apesar da sujeira (ninguém liga pra isso), é bem arrumadinho, com uma cama para cada um deles, sala de TV, sala de estudos e uma mini biblioteca. O escritório também fica lá, junto a um memorial para Kendra Fallon, uma americana que morreu aos 19 anos.

Kendra Fallon foi voluntária desse projeto e ao final foi fazer a mesma coisa que eu pretendo, uma trilha de Lukla até o Acampamento Base do Everest, em 2010. Infelizmente o avião que a levaria de Kathmandu para Lukla, caiu e todos os passageiros morreram. Por conta disso o seu pai doou USD5.000 para ajudar no orfanato. Uma história muito triste e que me deixa ainda mais apreensivo para voar rumo ao Everest.
Conversando com Kat, tentei pegar algumas dicas de como adaptar o meu corpo à mudança de alimentação, o que tem sido meu maior desafio. Ela disse que sofreu por uma semana e meia, mas depois se adaptou, de forma que em cada refeição oferecida, ela comia o máximo que aguentava (arroz, arroz e mais arroz).

A noite um dos nepaleses responsáveis pelo projeto nos ensinou dois jogos de cartas, bem interessantes e simples. Enquanto jogávamos, ouvimos gritos vindos do andar de baixo. Uma das cozinheiras estava urrando de dor de cabeça. Nunca vi uma dor de cabeça deixar alguém daquele jeito. Ficamos todos assustados, mas eu tenho um analgésico bem forte, a base de codeína, que ajudou a melhorar a dor.

Depois do susto, fui dormir, ao som dos meus vizinhos roedores do andar de cima – acho que estavam brigando.

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