Meus alunos rezando antes de começarem as aulas |
Acordei e
telefonei para um amigo, que mora na América, e conversamos por 12 minutos. A
ligação custou menos de BRL1, ligando do meu celular nepalês para o celular
americano. Só no Brasil que a telefonia é cara. Jogamos conversa fora e comecei
o meu dia.
Algo que me
incomoda muito, são as refeições por aqui, mas não só pela comida. Todos
utilizam as mãos para comer e comem fazendo uma barulhada inacreditável,
tentando sugar os grãos de arroz, molhados pela sopa de lentilha. Não se para
de falar um minuto e se fala muito alto, então paz, não há. Depois de comer,
enquanto lavo o meu prato, crianças lavam a boca e cospem na mesma pia que lavo
o prato, muitas vezes, em cima de outros utensílios; uma nojeira só. O engraçado é que ainda não me acostumei com
isso e, na verdade, acho que estou é ficando mais incomodado a cada dia que
passa.
Caminho para a escola |
Serei
responsável por 4 aulas de 40 minutos por dia, separadas por um intervalo de 40
minutos. Lecionarei da 5ª a 8ª série, e, em todas as classes, há crianças do
orfanato onde moro/trabalho. Todos os dias, de domingo a quinta, darei aulas
para essas turmas. Sexta, é até 12:00, mas essa sexta feira, irei cedo para
Kathmandu, entregar a papelada do visto indiano. Na parte da noite, tenho uma
apresentação de fotografias de uma amiga, que trabalhou com fotojornalismo em
Kathmandu, nas últimas semanas.
Estava um
pouco nervoso no início, mas as crianças ajudam muito e me deixam bem
confortável. A minha série predileta foi a 8ª, onde todos ficavam mais quietos
e ficaram super empolgados com a minha presença. No quesito empolgação com o vara-pau
brasileiro, ocorreu um empate técnico entre todas as turmas, mesmo as que eu
não conheço. Me chamam de Pedro, Prakash, Brother, me perguntam mil coisas,
falam da copa do mundo (uma das crianças contou que chorou quando o Brasil
perdeu para a Alemanha) e perguntam quanto tempo ficarei por aqui. Quando digo
3 a 4 semanas, tempo que me resta, a felicidade é generalizada.
Presenteado com mais um belo pôr do sol |
Fiz uma
pequena introdução sobre mim e depois pedi que as crianças escrevessem
características sobre elas. Li uma por uma e corrigi os problemas que vi. Depois
disso, tentei explicar a importância de se saber inglês, mostrando a quantidade
de países que falam inglês, além de ser uma língua simples e que é um plus, na
hora de conseguir um bom emprego. Espero ter conseguido passar a mensagem.
Voltei pra
casa bem cansado e posso dizer que dar aula é desgastante, principalmente para adolescentes
e pré-adolescentes, agitadíssimos, como os meus 79 alunos.
Finalizei meu dia realizado e satisfeito.
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